Em contato com a redação do POLÍTICAPB, o ex-secretário de saúde de Princesa Isabel, Ricardo Pereira, desafiou o prefeito Domingos Sávio Maximiano Roberto a publicar qualquer documento provando que ele, Ricardo, enquanto secretário, fez alguma doação a pessoas carentes do município acima de um salário mínimo. Em resposta a denúncia entregue à imprensa pelo prefeito, de que teria ele, como secretário, causado prejuízo à Prefeitura de quase um milhão de reais em doações em dinheiro, Pereira foi enfático: “Todos os cheques e as doações foram assinados pelo ex-prefeito Thiago Pereira, atual chefe de Gabinete do prefeito”.
Ricardo, que disputou a Prefeitura com Domingos Sávio e luta na Justiça para cassar seu mandato por corrupção eleitoral, foi mais adiante e disse que o atual prefeito foi um dos beneficiários dessas ajudas. Quando era vereador, conta Ricardo Pereira, o prefeito Dominguinhos, como é conhecido, pediu esse tipo de ajuda ao então prefeito Thiago Pereira, isso depois que deixou a oposição e passou a integrar a bancada governista na Câmara.
Segundo Pereira, as doações escandalosamente exibidas por Dominguinhos como sendo produtos de uma farra administrativa, são regulamentadas pela Lei Municipal nº 910/2005, aprovada pela Cãmara Municipal de Princesa Isabel, com o apoio, inclusive, do então vereador Domingos Sávio Maximiano Roberto. A referida Lei estabelece que as doações variam de zero até o limite de um salário mínimo, sendo que a media mensal de doações era de 45 mil reais, que num universo de 21 mil habitantes, dava uma despesa per capita de menos de um salário mínimo.
As doações, conta Pereira, eram fiscalizadas e aprovadas pelo Conselho Municipal de Saúde em reuniões abertas na Câmara Municipal de Princesa Isabel. A contabilidade era feita em nome do primeiro beneficiado, mas os valores globais eram distribuídos com os outros nomes constantes do processo.
AIJE E AIME
Para Ricardo Pereira, o prefeito partiu para esse tipo de ataque por puro desespero, já que responde a três AIJES e a uma AIME que poderão cassar seu mandato, já que as quatro ações possuem robustas provas. Ele também estaria incomodado com as denúncias da oposição sobre o caos administrativo vivido pelo municipio e pelo nepotismo desembestado praticado pelo prefeito, que nomeou a filha secretária de saúde, o filho como assessor de gabinete, o irmão na Câmara Municipal e o genro como secretário da Infraestrutura.
Quanto as licitações que o prefeito diz que está investigando, Pereira adiantou que elas não dizem respeito apenas ao Centro de Reabilitação Física e Motora, mas também a ampliação do Centro de Imagem para instalação do tomógrafo, “cuja obra está parada, mas todos os pagamentos foram feitos através de medição assinada pelo engenheiro Francisco Eduardo Lopes de Abrantes, sendo os pagamentos autorizados e os cheques emitidos pelo então prefeito Thiago Pereira, através da conta 8.423-9.”
E arrematou: “Isso não vai nos intimidar, pois sei que o legado que deixei com a minha equipe na Saúde de Princesa Isabel, foram ações como o Samu, o CEO, o Centro de Imagem, o NASF, a UPA, o Centro de Reabilitação Física, os Projetos dos Caps e do CAPSi, os Projetos do PAC de esgotamento sanitário, caixa d`água do Bairro Maia, Várzea, Lagoa da Cruz, os PSF do Maia, do Cruzeiro e do Padre Ibiapina, Centro I, o Centro de Oftalmologia, o tomografo, o mamógrafo, entre outra ações. Tudo isso é real e incomoda muito”.
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