( Foto: internet )
Os secretários municipais da gestão cassada estão com quase dois meses de salários atrasados e, segundo uma fonte, é bem provável que não eles não recebam o mês de fevereiro.
A ideia do novo prefeito interino de Princesa Isabel, Domingos Sávio (PSDB) – ainda não posta em prática, é fazer com que os secretários entendam a crise e colaborem, recebendo apenas este mês de março.
Segundo lembrou um assessor do prefeito tucano, essa medida foi adotada em novembro e dezembro de 2011, e atingiu os servidores comissionados, sem exceção.
Não se sabe ainda, contudo, se os demais comissionados também serão atingidos pelo corte salarial.
Com o fim do suspense do pedido da tal liminar em Brasília, o prefeito interino de Princesa Isabel, Domingos Sávio (PSDB), convocou uma reunião de emergência, a portas fechadas, com assessores políticos e técnicos.
A reunião deverá se esticar até a meia-noite desta terça-feira ( 27).
Nesta quarta-feira (28), o novo prefeito deve anunciar um pacote de medidas destinadas a sanear as finanças municipais, com demissão em massa de servidores comissionados, corte de gratificações e redução de despesas com custeio e manutenção da máquina administrativa.
Outra medida imediata é o controle total sobre a liberação de combustíveis para a frota municipal, além da redução de diárias em excesso.
O “pacotaço de março” deverá ser anunciado após a posse coletiva do novo secretariado e, em tese, atingirá todas as áreas da administração municipal.
O prefeito quer botar ordem na casa, e vai começar eliminando ‘gorduras’ em geral.
Tomara que dê certo, senão…
Em decisão monocrática, a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, no início da noite desta terça-feira (27), pedido de liminar feito pelo prefeito cassado de Princesa Isabel, Thiago Pereira (PMDB).
Thiago pretendia permanecer no cargo até que o TSE julgasse recurso contra a decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Paraíba que cassou o seu mandato por abuso de poder econômico e político.
A decisão foi anunciada por volta das 18h22.
Na cidade, fogos de artifícios iluminam o céu, à falta de iluminação pública.
É difícil de acreditar, mas se demorar mais Princesa Isabel marcha implacavelmente para um colapso total.
Desde o último dia 13, quando saiu o resultado do julgamento dos tais embargos no TRE-PB, que o município, já capengando, entrou mais fundo no fundo do poço.
Pra variar, a demora com a publicação do tal acórdão. Veio a posse, finalmente, mas tem agora tem uma tal de liminar no caminho. Que o TSE julgue logo isso, que reassuma Thiago Pereira ou Domingos Sávio permaneça, mesmo que interinamente, mas o que não pode mais é ficar essa indefinição absurda, com um município praticamente acéfalo.
Prá pior ou pra melhor, que a egrégia corte acabe logo com essa novela onde os artistas são os de sempre e o povo só aparece – quando aparece – como reserva de reserva de figurante, mas é o espectador que sofre mais com a trama perversa.
Do velho pensador Karl Marx, pai do materialismo histórico e dialético: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.
Pois não é que o velho barbado, filósofo revolucionário e comunista tinha razão.
Temos a repetição histórica de 1930, quando Princeza então se autoproclamou Território Livre.
E hoje a tragédia se repete como farsa: um prefeito interino e um município permanentemente em crise.
Enquanto o resultado da tal liminar não sai, a terrinha desgovernada é território livre.
Essa coisa da dialética e da coisa em si.
O servidor público Everaldo José Ferreira (PSDB) volta a disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Princesa Isabel. Com o cacife de 168 votos livres, obtidos em 2008 numa eleição disputada voto a voto contra concorrentes incrustados na Casa e outro tanto endinheirado, o tucano acredita que, desta vez, a elevação do nível de consciência política do eleitor permitirá que chegue lá sem maiores problemas.
Everaldo considera que o mandato é público – não particular, como alguns acham, e que o vereador é um servidor do povo, sempre.
A morosidade da Justiça Eleitoral em decidir já o que deve ser decidido logo tem deixado Princesa Isabel ainda mais entregue à própria sorte. Algo precisa ser feito para que se acabe com o vácuo do poder, pois não é possível que o município continue assim, à mercê de um sim ou não a um pedido de liminar.
Do jeito que tá, temos uma cidade sitiada, com um prefeito interino sem poder fazer nada, pois não sabe se fica ou sai.
Enquanto isso, a cidade é tomada pelo lixo, a periferia continua às escuras, os serviços essenciais estão comprometidos.
Ninguém é ninguém, só o desgoverno governa o município.