Produtos registram altas dos preços que chegam a assustar os consumidores.
Coentro é o recordista de aumento, com elevação de 300% em seis meses.
A pior seca do Nordeste nas últimas décadas provocou mudanças sensíveis na qualidade e nos preços de frutas, verduras e legumes na feira livre de Princesa Isabel, tradicionalmente realizada aos sábados.
Segundo o feirante André Cordeiro, de 26 anos, a maioria (90%) dos produtos é trazida do Vale do São Francisco, e a produção local e regional, que supria a demanda por itens como tomate, banana, coentro, pimentão e alface, foi reduzida pela metade.
André, há 16 anos no ramo, disse que a disparada dos preços é algo surpreendente, e comentou que a alta provocou diminuição do consumo e, ainda, redução da margem de lucro dos revendedores.
“Em outubro do ano passado, por exemplo, a gente vendia um molho de alface por R$ 1,00, agora custa R$ 2,50. Fica até difícil pra gente explicar o aumento dos preços. Com a elevação, caiu o consumo e também a nossa margem de lucro. A reclamação é geral, do consumidor ao vendedor”, ressaltou.
André exibe o repolho, 2º na lista dos aumentos
A seca traz prejuízos à população, que reclama nas bancas da escalada desenfreada dos preços, que podem aumentar ainda mais caso a estiagem se prolongue, com sérios reflexos na economia e, principalmente, na mesa dos princesenses.
Marcela reduziu consumo por causa da alta
O funcionário público estadual Armando Medeiros, de 53 anos, costumeiramente faz a feira de carne e verdura e deixa os demais itens a cargo da mulher. Ele avalia que os preços “subiram um absurdo, que a gente até não acredita, só comprando pra sentir no bolso”. Já a professora Marcela Pereira, de 30 anos, revela que alta elevada a obrigou a reduzir o consumo “ de forma involuntária, pois tudo é caro demais, e a gente tem que priorizar o básico”.
Armando diz que aumentos são absurdos
De forma geral, os produtos registraram altas acentuadas nos últimos seis meses, de 100% até 250%. O repolho, por exemplo, é o item que assumiu a vice-liderança, cujo preço aumentou de R$ 2,00 para R$ 7,00, com variação de 250%, só perdendo para o coentro (300%). A laranja foi o produto que registrou a menor alta (20%), com a unidade subindo de R$ 0,20 para R$ 0,25. A média geral dos aumentos foi de 107,1%,
Abaixo, tabela comparativa feita pelo blog, após pesquisa na feira livre, com preços praticados em outubro de 2012 e na atualidade:
Produto |
Quantidade / Peso |
R$ (Outubro 2012) |
R$ (Março 2013) |
Alta |
Alface |
Molho |
1,00 |
2,50 |
150% |
Coentro |
Molho |
0,25 |
1,00 |
300% |
Pimentão |
3 unidades |
0,50 |
1,00 |
100% |
Banana Prata |
12 unidades |
2,00 |
4,00 |
100% |
Tomate |
1 Kg |
1,50 |
3,00 |
100% |
Laranja |
Unidade |
0,20 |
0,25 |
25% |
Cebola |
Kg |
2,00 |
4,00 |
100% |
Batata Inglesa |
Kg |
2,00 |
4,00 |
100% |
Repolho |
Kg |
2,00 |
7,00 |
250% |
Chuchu |
Kg |
0,50 |
1,00 |
100% |
Uva |
Kg |
4,00 |
5,00 |
25% |
Cenoura |
Kg |
2,00 |
3,00 |
50% |
Melancia |
Fatia |
100% |
||
Beterraba |
Kg |
2,00 |
3,00 |
50% |