Cerca de 20 homens armados e encapuzados assaltaram o Banco do Brasil e o banco Bradesco em Princesa Isabel, em uma ação simultânea, por volta das 10h30 da manhã desta terça-feira (28).
Durante toda a operação, que durou mais de uma hora, a quadrilha fez funcionários e vigilantes das agências e servidores da Prefeitura como reféns, além de espalharem terror por todo o centro da cidade, onde deixaram dezenas de marcas de disparos em órgãos públicos, imóveis residenciais e comerciais.
Os reféns, além de servirem como escudos humanos, foram obrigados a recarregar as armas dos integrantes da quadrilha durante o assalto. Apenas uma pessoa saiu ferida, sem gravidade.
Divididos em grupos estrategicamente posicionados nas Avenidas Marcolino Pereira, Presidente João Pessoa, Juarez Távora e Praça Frei Damião, os bandidos interditaram o tráfego nessas ruas e noutras paralelas, enquanto aguardavam a abertura do caixa-forte do Banco do Brasil, que é programada eletronicamente.
No curso da ação, eles efetuaram dezenas de centenas de disparos em todos os sentidos, e deixaram a população refém do terror. Da Praça Cel. José Pereira até a Escola Estadual Gama e Melo, passando pela ruas Juarez Távora e Tenente Oliveira, casas e estabelecimentos comerciais foram alvejados.
Eles também destruíram cabos da rede telefônica fixa e da fiação elétrica , cortando o fornecimento de energia e comunicação na área central da cidade, onde ficam localizadas as agências. O serviço de telefonia celular também ficou fora do ar durante a maior parte da operação criminosa.
Houve ainda a tentativa de roubo à casa lotérica, forçando as portas metálicas que foram fechadas assim que começou o tiroteio. Eles também ocuparam o prédio do Ministério Público, localizado a cerca de 20 metros do Bradesco.
Os bandidos levaram funcionários e seguranças dos bancos como reféns, alguns deles, amarrados, no capô de um dos veículos utilizados na fuga, uma Hilux cor cinza. Eles ainda levaram um outro carro, modelo L200, cor prata, de propriedade do funcionário público municipal e dono de uma copiadora, Abraão Diniz.
A rota original da fuga foi modificada, uma vez que a Polícia Militar fechou as saídas via açudes Ibipiana e Macapá com um carro-pipa cada. Com a barreira no sentido Manaíra, eles retornaram e seguiram pela estrada rural do Guirra, onde botaram fogo na Hilux cinza para dificultar a perseguição policial.
Dois outros carros – uma Strada e um caminhão-baú também foram tomados, abandonados e incendiados, com a mesma finalidade, na estrada asfaltada que liga Princesa à Flores (PE), no trecho próximo às instalações do IFPB.
Antes da fuga, dois integrantes do bando levaram uma grande quantidade de carne bovina de um frigorífico que fica em frente da Prefeitura e que serviu de base para manutenção de um refém e abastecimento de munição.
Vários carros e motos, inclusive uma Van que fazia o transporte escolar de crianças e adolescentes, além de dois veículos da PM, foram atingidos na ação que reuniu ingredientes de produção hollywoodiana e cenário de favela brasileira dominada pelo narcotráfico em combate com a polícia, afora o ambiente de terror inédito, pela duração ininterrupta dos tiros efetuados, espalhando medo e terror.
As informações iniciais dão conta de que equipes das PMs da Paraíba e de Pernambuco, em uma mega operação envolvendo 38 viaturas e articulada com grupos de ação tática, com o auxilio da Polícia Federal, estão à caça dos bandidos nos municípios pernambucanos de Quixaba, Flores, Carnaíba e Afogados da Ingazeira. Um helicóptero da PM pernambucana, baseado em Serra Talhada, integra a equipe de caça à quadrilha.
Abaixo, as marcas do terror em cores fortes e vivas, que deixou a cidade refém, repercutiu até na mídia nacional e mobilizou os meios de comunicação da Paraíba, que enviaram suas equipes de profissionais para a cobertura do grande assalto. Clique na imagem para ampliar.