Diante de críticas do vereador Givaldo Morais (PC do B) – feitas através deste blog – de que estaria excepcionalmente beneficiado na administração do gestor tucano Dominguinhos, o ex-prefeito Thiago Pereira (PMDB), em nota enviada à Redação, rebateu as declarações e enfatizou que o parlamentar comunista já ocupou uma secretária, além de considerar surpreendentemente injusta a acusação sobre o aluguel do Palacete dos Pereiras à Prefeitura de Princesa Isabel.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Antes de tudo, é válido prestar os mais sinceros parabéns à preocupação do vereador denunciante sobre os gastos públicos municipais, sendo verdade que as explicações sobre as despesas mencionadas na matéria são necessárias e até obrigatórias, já que vivemos sob o abrigo da Lei Federal n٥ 12.527/2011, que garante à população acesso às informações públicas, que antes eram internas e inexploráveis.
Exerço, atualmente, o cargo de Chefe de Gabinete do Município de Princesa Isabel, e gerencio diversos serviços vinculados à administração pública, como a gestão das inadimplências junto ao CAUC, SIAFI, CADIN, etc. Faço, também, o acompanhamento da gestão municipal junto ao SICONV, o sistema de propostas de convênios e atuo no gerenciamento da articulação municipal entre as Secretarias Municipais, Governo do Estado, Governo Federal, Câmara Municipal e Parlamentares Federais, no que tange à aplicação de recursos.
Trabalho todo dia e na hora que é preciso e não me envergonho, de forma alguma, disso. Trabalhar não desonra. Mas se o vereador denunciante entende a função de Secretário Municipal como favorecimento político, ele também já o foi – e muito, exatamente por mim, de quem hoje ele tanto fala.
Sobre o aluguel efetuado da edificação conhecida como “Palacete dos Pereiras”, confesso que apresentou-se por demais surpreendente a injusta acusação do parlamentar princesense.
Vivemos em uma cidade de comércio imobiliário extremamente forte, onde o aluguel de um simples apartamento de 3 quartos, SEM garagem, se faz sob a média de R$ 500,00. Qualquer casa, no centro da cidade, com mais de 400 m², com uma suíte e dois quartos e uma vaga de garagem não se encontra por menos de R$ 1.000,00, ou seja, R$ 2,50 (dois reais e cinqüenta) por metro quadrado.
A edificação mencionada na matéria, o imóvel pertencente à minha mãe, Rosane Pereira, e que o honrado vereador conhece muito bem, localiza-se em área nobre da cidade, é tombada pelo patrimônio histórico do estado da Paraíba, possui mais de 3.000 m² de área, sendo que são quase 2.000 m² de construção civil, entre casa, escritórios externos e garagens, e está locada por R$ 4.000,00 (quatro mil reais), isto é, pouco mais de 1 (um) real por metro quadrado, bem abaixo do valor de mercado.
O prédio possui 10 (dez) quartos, sendo 5 (cinco) suítes, usados, no momento, como salas bem equipadas. São 2 (duas) salas de recepção e 1 (uma) sala de reunião, que acomoda, facilmente, mais de 30 pessoas. A edificação está sendo utilizada para acomodação da Secretaria de Cultura e Esportes do município, o escritório do Grupo de Cultura Abolição, área para exposição de equipamentos e arquivo fotográfico do futuro Museu Municipal e, na área externa, a Chefia do Setor de Transportes Municipais, inclusive, com almoxarifado. O imóvel também acomoda cerca de 10 veículos da municipalidade.
O benefício a que se refere o vereador existe, mas não à minha família e sim ao município. O prédio tornou-se local obrigatório de visitação de turistas e estudantes.
O que verdadeiramente me surpreendeu na denúncia do vereador, é que há bem pouco tempo atrás, o presidente de seu partido e ex-Secretário de Saúde de minha gestão, me propôs, por inúmeras vezes, instalar a sede da Secretaria de Saúde nesse mesmo prédio, arcando o município, segundo sua proposta, com um aluguel absurdamente maior que o realizado hoje, e ainda com o privilégio de ter a casa reformada, com recursos da saúde. Mas naturalmente, não o fiz.
Portanto, honrado parlamentar, se Vossa Excelência encontrar um imóvel na nossa cidade, com, exatamente, as características acima descritas e por preço menor que o praticado neste contrato de aluguel citado, aí sim, o senhor terá razão em suas argumentações, ficando a critério do senhor Prefeito a decisão da manutenção ou não do contrato.
Para concluir minha percepção sobre o digno vereador, deixo uma frase que li certo dia: “Não me arrependo das coisas erradas que fiz. Me arrependo das coisas certas que fiz para as pessoas erradas”.