O senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, confirmou durante visita a Campina Grande, que o senador Cássio Cunha Lima será o coordenador de sua campanha à sucessão presidencial em 2014, na Região Nordeste. Em entrevista, enquanto visitava o Mercado da Prata em companhia de Cássio, Aécio destacou o papel dele no projeto do PSDB para o ano que vem e externou o desejo de ver o senador paraibano novamente candidato ao Governo da Paraíba.
No Mercado da Prata, ele gravou para o programa gratuito nacional do PSDB, que vai ao ar no dia 19 de setembro. “Cássio hoje é das lideranças políticas mais próximas que eu tenho, e repito e ele está nos ajudando a coordenador o projeto que nós vamos apresentar pro Nordeste e eu desejo a Cássio um futuro enorme, seja novamente como governador da Paraíba, seja como um dos principais coordenadores de nossa caminhada”.
E complementou: “Ele é quem vai decidir o seu futuro. Mas o Cássio terá um papel vital na condução do nosso processo, assim como o senador Cícero Lucena, que nos ajudará nessa caminhada. Eu estou muito otimista e acho que vamos ter um belo resultado”. Aécio enfatizou ainda que “o povo da Paraíba quer a candidatura de Cássio Cunha Lima a governador”.
O pré-candidato à sucessão de Dilma Rousseff admitiu que, o desempenho da economia terá peso significativo no resultado da campanha eleitoral de 2014. “Nós estamos vivendo hoje um momento de muita preocupação. A inflação recrudesce; o crescimento da economia neste ano vai ser o segundo pior da América do Sul; vamos crescer acima apenas da Venezuela, o que é inaceitável; os juros estão subindo; há uma perda de confiança dos investidores no Brasil”, ressaltou.
Na avaliação de Aécio Neves, o atual Governo não deu respostas claras à questão da economia e não tratou a inflação com tolerância zero como o PSDB tratou no passado. “Acho que isso infelizmente vai ter uma influência, porque as pessoas vão querer o início de um novo ciclo. Portanto, chega de propaganda oficial, de enrolação, porque as pessoas querem papo reto, o que dá pra fazer e como fazer; o que não dá pra fazer e explicar por que”, disparou o tucano.
Críticas ao Governo Dilma
Ainda de acordo com o dirigente nacional do PSDB, no Brasil existe ministérios demais e serviços de menos. “São 39 ministérios. Só o Sri Lanka tem mais ministérios que o Brasil e isso é um acinte à inteligência das pessoas. Quanto as prefeituras estão aí num sufoco enorme, os governos estaduais tendo que cortar gastos, o Governo Federal parece que vive noutro país, com quase 40 ministérios, criando estatais a todo momento e se isso servisse pra melhorar a qualidade do serviço, tudo bem; mas ocorre o contrário. Esse ciclo do Governo do PT tem que se encerrar em benefício de todos os brasileiros”, criticou.
Segundo o senador Aécio Neves, é preciso mostrar o Brasil como ele é, sem maquiagem, até para que as pessoas se sintam estimuladas a trabalhar. “Eu digo sempre (que fui governador do meu Estado, Minas Gerais, por oito anos), que o Estado, em primeiro lugar, não pode atrapalhar. Se o Governo não atrapalhar, já está fazendo um favor. Se puder ajudar, melhor ainda”. No entendimento do tucano, o Governo tem que dar educação, saúde de qualidade, garantir a segurança para as pessoas terem coragem de empreender. Ele disse ter ouvido de uma das comerciantes do Mercado da Prata, queixa sobre a inflação e a disparada dos preços.
“Eu quis muito vir a Campina. Aqui eu tenho um amigo-irmão, por quem eu tenho uma admiração enorme, que é o meu companheiro senador Cássio Cunha Lima, vice-presidente nacional do meu partido e ele me ensina muito sobre o Nordeste”, declarou Aécio Neves.
Encontro com Eduardo Campos
Aécio Neves esteve no Recife em conversa com o governador pernambucano Eduardo Campos, um dos aspirantes à Presidência da República. O senador Cássio Cunha Lima também participou do encontro. “Conversamos sobre o Brasil. O governador Eduardo Campos é hoje presidente do PSB e eu sou presidente do PSDB. São partidos que hoje tem projetos distintos, mas nós temos muita convergência em relação à eficiência na gestão pública. Uma gestão de economia muito mais rigorosa do que a atual, inclusive no controle da inflação; temos uma visão comum em relação à necessidade de fortalecermos os municípios e os Estados”, disparou Aécio.
De acordo com o tucano, o governo do PT fragiliza a cada dia os municípios e os estados e isto é muito ruim para o cidadão que não mora na União.
Ainda no que se refere ao governador Eduardo Campos, o senador Aécio Neves disse que vai continuar conversando com ele, porque é isso que as pessoas esperam. “Políticos que independentemente de estarem no mesmo partido e no mesmo projeto, tenham a capacidade de pensar junto as coisas boas para o Brasil”, frisou o presidente do PSDB.
O dirigente tucano lembrou, ainda, que o PSDB e o PSB de Eduardo Campos têm alianças em vários Estados. Ele citou o exemplo de Minas Gerais, seu estado natal. Mas, deixou claro que, para as eleições de 2014, o quadro de alianças formais será decidido mais à frente. “Mas não temos dúvidas de que dependendo do resultado eleitoral nós vamos estar juntos”.
Cássio só discute candidatura própria em 2014
O senador Cássio Cunha Lima disse, ontem, que só discutirá a possibilidade de o partido ter candidatura própria ao governo do Estado ou não em 2014, ano das eleições. “Eu tenho dito e vou repetir mais uma vez: as questões da eleição do ano que vem ficarão para o ano que vem”, declarou em resposta a afirmação do presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, que disse que o povo é quem quer a candidatura de Cássio.
“Eu fico feliz com as declarações do presidente do meu partido. Imagina se nem o presidente do meu partido estimulasse uma candidatura própria”, afirmou Cássio. As declarações de Aécio Neves foram dadas, ontem, durante visita do tucano a Campina Grande, onde gravou algumas cenas para o programa eleitoral do PSDB nacional.
Cássio lembrou que, atualmente, o PSDB tem um compromisso com o PSB. “Temos uma aliança com o PSB, com o governador Ricardo e eu tenho defendido a manutenção dessa aliança”. Por outro lado, adiantou que muita coisa deve acontecer até as próximas eleições. “Temos discussões a serem feitas que serão realizadas no momento próprio”, completou.
O senador também falou sobre a influência que o projeto nacional terá sobre as definições nos Estados, especialmente na Paraíba. Cássio voltou a falar da relação entre o PSDB e o PSB. “No Brasil inteiro existe uma boa convivência, um conjunto de pontos de semelhanças, de convergências entre PSDB e PSB. A Paraíba está dentro deste rol. Vamos observando, sim, aspectos nacionais para tomar as decisões locais”.
Jornal Correio da Paraíba