Uma verdadeira espinha na garganta: figura de linguagem que pode ser muito bem empregada para o atual momento político do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) que deixou a vaga de Senador em aberto para o PTB, o PP e até o PMDB e que enfrenta uma grande bronca dentro de casa: a chateação do senador Cícero Lucena (PSDB) com ele que após ter sido alijado da reeleição ainda não se posicionou sobre a ‘rasteira’ sofrida no ninho tucano.
Cássio que conduz o processo de indicação da chapa com ‘mão de ferro’ sempre que questionado minimiza a força de Cícero, porém teme que o ‘Caboclinho’ do Sertão suba no palanque de um dos rivais: Ricardo Coutinho (PSB) ou Veneziano Vital (PMDB). O que todos no staff Cunha Lima temem é que Cicero quebre o silencio e exponha as vísceras de uma relação que está desgastada e permeada por declarações inconsistentes.
Fazendo-se de ‘pacificador’ Cássio desafiou Cícero, a disputar internamente com ele quem será o candidato da legenda ao Governo do Estado nas eleições deste ano na Paraíba e mandou um recado “O PSDB não pode ocupar esses dois espaços na chapa majoritária”, frisou, acrescentando que: “O partido em âmbito nacional e local terá que decidir se quer ter um candidato a governador ou a senador. Não vejo como o partido indicar os dois cargos”, alertou o senador jogando a responsabilidade para a Executiva Nacional.
Em tom de autossuficiência, Cássio defendeu que Cícero regrida politicamente e dispute uma cadeira na Câmara Federal: “Outras lideranças de expressão têm feito isso em seus Estados, como o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, que para facilitar as composições, abriu mão dão reeleição e vai disputar uma vaga à Câmara dos Deputados”, lembrou.
O que se sabe é que o imbróglio envolvendo o bombardeio em torno da reeleição de Cícero pode provocar desdobramentos incalculáveis: um bombardeio de Cícero contra a candidatura de Cássio provocando uma ‘sangria’ desnecessária na base tucana e uma consequente munição governista que está avida para ver o circo pegar fogo.
Cássio está com uma espinha na garganta, que se chama Cícero Lucena, o desfecho para esta história só será conhecido na próxima entrevista do ex-prefeito de João Pessoa.
Até lá Cássio conviverá com um dilema: terá Cícero coragem de abraçar um projeto diferente do seu maior padrinho politico?
PB Agora