Região liderou o volume de empregos gerados nos últimos 12 meses até junho com a marca de 1 milhão de postos.
Embora registrem, historicamente, um maior grau de desemprego do que os homens, as mulheres conseguiram melhorar mais a taxa de desocupação
O Nordeste liderou, em 12 meses até junho passado, a criação de vagas no mercado de trabalho, com um milhão de postos, de um total de 1,5 milhão em todo o país, segundo o IBGE.
De cada três empregos criados entre abril e junho, dois foram no Nordeste. Ou seja, mais de dois terços das vagas de trabalho geradas no país, no segundo trimestre de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado, foram no Nordeste, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Comparado de abril a junho de 2013, com os mesmos meses de 2014, a população ocupada no país cresceu 1,7%. Isso representa 1.495 milhão de trabalhadores a mais, sendo cerca de 1 milhão nos estados nordestinos, onde o crescimento chegou a 4,6%.
Desse total, 582 mil são empregos na iniciativa privada com carteira assinada. O resto são empregos informais e pessoas trabalhando por conta própria. A população com carteira assinada na localidade avançou 10% com esse resultado.
A informação consta da Pnad Contínua, pesquisa trimestral do instituto que coleta dados em todo o país. No Brasil, a população ocupada cresceu, nesse período, de 90,6 milhões para 92,1 milhões de pessoas.
O grande volume de vagas criado ajudou a diminuir a taxa de desemprego na região no período, de 10% para 8,8% do total de pessoas com 14 anos ou mais.
Esse menor percentual de desocupados, no entanto, ainda dá ao Nordeste o maior grau de desemprego entre as cinco regiões no segundo trimestre de 2014. A média nacional no período foi de 6,8%, segundo a Pnad Contínua.
Para Cimar Azeredo, Coordenador de Trabalho e Rendimento, a criação de vagas é resultado de melhora no cenário econômico da região. "Foi um movimento econômico que favoreceu a melhora dessas taxas".
Sobre as causas, ele não descartou o efeito de Copa, mas disse que não era possível atribuir aos eventos. "Houve Copa em outras regiões também", disse. O Nordeste teve quatro sedes para os jogos -Salvador, Recife, Fortaleza e Natal- o maior número entre as regiões.
Ele também descartou o efeito eleições, uma vez que as campanhas ainda não estavam acontecendo de forma intensa.
O Nordeste também mostra o maior percentual de pessoas fora do mercado. Do total de pessoas com idade para trabalhar, 43,1% não estavam procurando ocupação no segundo semestre. A média nacional é de 38,9%.
Com isso, o Nordeste tem o menor percentual de pessoas ocupadas em todo o país: 51,9% do total de sua força de trabalho, contra 56,9% do Brasil. O Norte tem taxa próxima à nacional, de 56,8%, e as demais regiões têm taxa de ocupação superior à média nacional.
É no Nordeste que se verifica o maior percentual de pessoas trabalhando por conta própria do país: 29,8%, ante uma média nacional de 22,9%.
Para o IBGE, a criação de vagas nos 12 meses encerrados em junho veio com forte carga de formalização do emprego.
Isso porque, segundo os resultados da Pnad Contínua, o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou em 1,8 milhão em todo o país, passando para 36,9 milhões de pessoas.
MULHERES LIDERAM
Embora registrem, historicamente, um maior grau de desemprego do que os homens, as mulheres conseguiram melhorar mais a taxa de desocupação do que eles, entre o segundo trimestre de 2013 e o de 2014.
Foram as mulheres, portanto, que melhoraram a taxa de desemprego, em um ano e também na variação trimestral da Pnad Contínua.
No segundo trimestre de 2013, 9,3% das mulheres com idade para trabalhar encontravam-se desempregadas, ou seja, buscavam emprego, contra 6% dos homens.
Em igual período de 2014, 8,2% delas procuram vaga, contra 5,8% dos homens.
A taxa nacional variou, no período, de 7,4% para 6,8% do total de pessoas com idade para trabalhar.
Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2014, o desemprego entre elas recuou de 8,7% para 8,2%, enquanto eles reduziram de 5,9% para 5,8%. No país, a taxa caiu de 7,15 para 6,8%.
Jornal da Paraíba