“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

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ter
02
dez
2014

Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, fala sobre a estreia do filme Descalço sobre a terra vermelha (Wilson Dias/Agência Brasil)
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, fala sobre a estreia do filme Descalço sobre a Terra Vermelha

Uma trajetória intensa. É assim que pessoas que convivem com o bispo emérito de São Félix do Araguaia, dom Pedro Casaldáliga, definem a vida do homem que se dedicou a lutar para que a população mais pobre e os indígenas tivessem consciência de seus direitos e lutassem por eles.
Nesta terça-feira (2), os moradores da cidade mato-grossense na qual Casaldáliga vive até hoje participarão do pré-lançamento do filme Descalço sobre a Terra Vermelha. A obra, baseada no livro que leva o mesmo nome e que conta a história do bispo, é uma coprodução da TV Brasil com mais duas televisões públicas, uma espanhola e outra catalã, e será exibida no canal brasileiro em três episódios nos dias 13, 20 e 27 deste mês.

Dom Pedro Casaldáliga nasceu em Balsareny, na província catalã de Barcelona, em 1928, e veio para o Brasil aos 40 anos, como missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia. Na região, preocupou-se com a saúde, a educação e a assistência à população. A equipe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) visitou o bispo que, mesmo debilitado pelo mal de Parkinson, falou sobre os problemas da região na época em que chegou: uma terra sem lei, marcada pela violência e pelos conflitos entre posseiros e latifundiários.  

Na luta pelo reconhecimento dos direitos indígenas, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na década de 70. Egydio Schwade, que também foi um dos fundadores da instituição, é hoje coordenador do Comitê da Memória, Verdade e Justiça do Amazonas e relembra o trabalho ao lado do bispo. “Dom Pedro estava já muito engajado na questão indígena em Mato Grosso, na região do Araguaia, e eu, no noroeste do estado. A gente logo se entrosou”, conta.

Na época, eram promovidos encontros para reunir as lideranças indígenas e foi a partir da criação do Cimi que, segundo Schwade, essa população começou a se organizar e a ser protagonista de sua própria luta, travando embates históricos por questões como a demarcação de terras. O colega de trabalho define o bispo como uma pessoa que trazia ânimo para as reuniões. “Presença humilde, simples, escutando os indígenas”. Na descrição de Egydio, dom Pedro era destemido e não tinha medo de enfrentar a ditadura militar para defender aquilo em que acreditava.

O secretário da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Antônio Canuto, trabalhou com o bispo em São Felix. Eles se conheceram no período em que dom Pedro chegou ao Brasil. Canuto conta que São Felix do Araguaia tinha uma estrutura muito precária em diversas áreas, o que levou o religioso a procurar a ajuda de colegas missionários para trabalhar nos povoados da região. “Ali faziam todo um trabalho de alfabetização de adultos, com as crianças também em termos de escolarização,o atendimento à saúde, a orientação para a saúde, e o padre fazia o trabalho pastoral”.

Canuto lembra que uma das características de dom Pedro é a tomada de decisão em conjunto. Durante os trabalhos com as equipes, tudo era conversado e decidido por todos. Ele lembra também momentos marcantes que viveu ao lado de Casaldáliga, como o lançamento de uma carta pastoral no dia da ordenação de Pedro como bispo. “Ele lançou a carta pastoral Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social, documento que marcou a Igreja pela firmeza das falas e pelas denúncias dos casos de violação de direitos dos posseiros, dos índios e dos trabalhadores que vinham de fora como peões para as fazendas e que eram tratados em regime de escravidão”.

O trabalho desenvolvido por Pedro e seus colegas fez com que muitos integrantes da equipe, e até mesmo ele, fossem ameaçados de morte ou de expulsão do país.

Além da criação do Cimi, Casaldáliga teve participação na criação da Comissão Pastoral da Terra. “Ele e dom Tomás Balduíno são os dois pilares da criação tanto do Cimi quanto da CPT, ao lado de outros”. Com a CPT, muitos trabalhadores foram estimulados, assim como os indígenas, a se organizar.

Residência de dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (Wilson Dias/Agência Brasil)
Residência de dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia

Ações como o aperfeiçoamento de professores, a educação e o crescimento da consciência da população são reconhecidas por todos aqueles que tiveram suas vidas modificadas em São Felix do Araguaia. Na cidade, o sentimento de gratidão fica evidente nos depoimentos colhidos entre os que conviveram e defendem o trabalho de Pedro. A coordenadora da Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção, Vânia Costa Aguiar, fala com carinho daquele que, para ela, é mais que um padre. “Pedro é a figura que deu uma cara humanista para São Félix do Araguaia. Ele é pai, é protetor. É um ombro amigo a quem a população necessitada pode recorrer para falar e partilhar os problemas”.

Apesar do papel de destaque que tem na cidade, a postura humilde e a posição de que todas as conquistas são do grupo mostram a simplicidade de Pedro. “Eu percebo que ele nunca teve a intenção de resolver tudo sozinho. Sempre tem uma palavra amiga, uma palavra de conforto para quem o procura e sempre tenta buscar mais pessoas o envolvimento de mais gente para o encaminhamento dos problemas e das discussões das questões levadas a ele”.

Mesmo com a saúde frágil, mas ainda muito lúcido, o bispo faz questão de se manter atualizado. Vânia conta que ele nunca isolou os problemas vividos pela cidade e sempre relacionou o que ocorria ali com as questões nacionais. Para ela, o que dom Pedro fez na região vai ficar como legado para as futuras gerações. “O legado do Pedro é justamente ensinar a gente a cuidar das pessoas. Esse tem sido o seu trabalho, além dos apoios que recebemos, como ensinar a ter esperança. O que me chama atenção em Pedro é a sua força de vontade, a sua determinação em seguir adiante, com esperança”.

Agência Brasil


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seg
01
dez
2014

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Sem psiquiatra, CAPS I deixará centenas de usuários da região sem atendimento

Com o salário atrasado há cinco meses, o médico psiquiatra do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS I) de Princesa Isabel, Jaime Bezerra Santana, decidiu suspender temporariamente o atendimento à população assistida pelo programa.

<SAMSUNG DIGITAL CAMERA>A denúncia é do ex-candidato a prefeito e líder da oposição, Ricardo Pereira (PC do B). Segundo ele, o médico comunicou que deixará de atender no município a partir deste mês, e que só voltará à atividade quando o atraso salarial for resolvido.

Para Ricardo Pereira, “devido à falta de médico psiquiatra, dezenas e dezenas de pacientes com transtornos mentais ficarão seriamente prejudicados, já que o CAPS I é único serviço público de que dispõem na região”.

“É mais um descaso do prefeito Dominguinhos e da secretária municipal da Saúde, Vitória Augusta, logo numa área sensível como saúde mental”, assinalou o líder oposicionista. “Eles não têm como justificar o atraso, uma vez o teto municipal das redes psicossocial e de saúde mental é R$ 165.498,33 mensais, com repasses rigorosamente em dia pelo Ministério da Saúde”, acrescentou.

O CAPS é um programa do Governo Federal administrado pela Prefeitura de Princesa Isabel, através da Secretaria de Saúde do Município. A unidade está localizada na rua José Muniz Diniz, nº 397, no Centro da cidade.

O programa presta atenção permanente a centenas de pessoas com transtornos mentais, numa área de abrangência regional (Manaíra à Imaculada), com o objetivo de viabilizar a reinserção social dos usuários, através do trabalho, lazer, acesso aos direitos sociais e fortalecimento dos vínculos comunitários e sociais.


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seg
01
dez
2014

Dezembro começou com altas temperaturas no interior do Estado. Nesta segunda-feira (1), os termômetros marcaram 36°C no Sertão e 33°C no Cariri logo após o meio-dia, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba. Mas a previsão é de que o tempo nublado diminua a temperatura nessas regiões nesta terça-feira (2).

As temperaturas máximas nesta terça-feira (2) devem ficar em torno dos 31°C no Cariri e 34°C no Sertão. “O tempo deve ficar nublado hoje (segunda-feira) à noite e durante parte da terça-feira. Com isso, o calor deve diminuir um pouco nas regiões semiáridas. Temos também a possibilidade de chuvas, mas são precipitações passageiras que não irão se traduzir em recargas significativas dos açudes”, observou a meteorologista Carmem Becker, lembrando que essas são temperaturas oficiais e que a sensação térmica (mostrada pelos termômetros de rua) pode ser maior. “No final desse mês começa o verão, que é a estação mais quente do ano, então esse calor que estamos sentindo é normal e está dentro do esperado”, explicou.

Segundo o gerente de Monitoramento e Hidrometria da Aesa, Alexandre Magno, as chuvas que devem abastecer os reservatórios no interior do Estado só devem chegar no próximo ano. “O período chuvoso da região semiárida é de fevereiro a maio. Mas é possível que a partir da segunda quinzena de janeiro já tenhamos algum registro de precipitações significativas. Até lá deve chover apenas em pontos isolados e de forma esporádica”, estimou.

A previsão do tempo para todas as regiões da Paraíba está disponível no site da Aesa,www.aesa.pb.gov.br. Na página da internet também são disponibilizados os níveis dos 124 açudes monitorados pela agência estadual, além de informações sobre comitês de bacias e instruções para retirada de outorgas.

Aesa


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seg
01
dez
2014

Após ser anunciado como novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o senador Armando de Queiroz Monteiro Neto, fala à imprensa no Palácio do Planalto (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Novo ministro do Desenvolvimento, senador Armando Monteiro, fala em dinamismo para a indústria nacional

Após ser anunciado novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro Neto disse hoje (1º) que o que mais preocupa no saldo negativo da balança comercial é a queda nas exportações de manufaturados. Em discurso de diálogo com o setor produtivo e adiantando que indústria e competitividade terão papel central na agenda do ministério, ele agradeceu o reconhecimento dos correligionários do PTB.

“O crescimento das exportações depende crucialmente da agenda da competitividade, porque há um acirramento da competição em escala global, dada a queda nível do comércio internacional”, salientou. O papel crucial da indústria também foi citado pelo senador, escolhido pela presidenta Dilma Rousseff para assumir a vaga de Mauro Borges.

“Não há como crescer mais sem que a indústria tenha dinamismo. Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho”, avaliou. Ressaltou que o crescimento da produtividade é a garantia das conquistas sociais dos últimos anos, já que permitirá a “sustentabilidade do aumento dos salários” e fortalecimento da demanda doméstica.

Em entrevista no Palácio do Planalto, Armando Monteiro registrou cinco ações que implementará com o objetivo de cumprir o que definiu como desafio central: a promoção da competitividade brasileira.

A desburocratização e simplificação do ambiente tributário, implementação de uma política de comércio exterior mais ativa e renovação do parque fabril foram citadas pelo futuro ministro como parte de uma “agenda positiva de indução ao processo de desenvolvimento sustentável”.

O estímulo à inovação e o aperfeiçoamento do sistema de governança também foram lembrados por Armando Monteiro Neto. A necessidade da redução de custos sistêmicos foi repetida algumas vezes pelo senador pernambucano.

Defendendo aliança do governo com o setor produtivo, em benefício da promoção da competitividade, ele observou que, como as ações apresentadas estão voltadas para a chamada agenda microeconômica, o foco das políticas será aplicar medidas que não demandem esforço fiscal adicional.

“Temos de buscar um modelo de financiamento que possa, por exemplo, estimular esse movimento de horizontalização, ampliação da substituição de equipamentos em todo parque fabril do país”, explicou.

Sobre a política cambial, o novo ministro admitiu que a valorização do real na última década concorreu para perda de competitividade da indústria brasileira. Acrescentou que a situação será contornada. “Acredito firmemente na coordenação das políticas monetária e fiscal do próximo governo. Teremos realinhamento cambial, que se dará em condições naturais, sem nada que pareça movimento brusco ou que tenha caráter artificial”.

Armando Monteiro Neto informou que promoverá a transição de sua nova equipe no próprio prédio do Mdic, onde pretende conversar com Mauro Borges sobre programas do ministério.

Agência Brasil


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seg
01
dez
2014

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) reúne-se na terça-feira (2), às 8h30, para apreciar projeto que torna obrigatória e gratuita a identificação do número do telefone nas chamadas telefônicas. O objetivo é evitar a prática de crimes por meio das redes de telefonia e coibir abusos na prática dos serviços de telemarketing e de cobranças.

O Projeto de Lei do Senado (PLS) 433/2013, apresentado pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), estabelece que as prestadoras de serviços de telefonia fixa ou móvel oferecerão aos usuários, sem custo adicional, o serviço de identificação do código de acesso originador da chamada. Também proíbe a oferta de serviços ou equipamentos que impossibilitem ou obstruam a identificação dos códigos de acesso telefônico pelos usuários.

Vital ressalta que chamadas não identificadas – que comumente aparecem na tela do telefone com expressões como “bloqueado”, “restrito” ou “não identificado” – têm sido utilizadas pelo crime organizado, estelionatários e chantagistas, “que procuram aterrorizar suas vítimas sob o manto do anonimato”. Ele lembrou casos de pessoas que vieram a falecer de infarto em razão do golpe do sequestro por telefone, acreditando que o suposto sequestrador estivesse de fato com um ente querido.

Se o número do telefone fosse identificado, argumenta Vital, a polícia poderia rastrear e prender os bandidos. Mas essa possibilidade se perde pela demora do procedimento previsto na legislação em vigor – apresentação de denúncia para obtenção do número de origem da chamada –, favorecendo o bandido, “que tem por hábito mudar de celular rotineiramente”.

Telemarketing

O projeto ainda torna obrigatória a identificação de código de acesso que permita o imediato retorno da chamada em casos de ligações efetuadas por empresas a consumidores. A intenção é evitar que ligações do tipo “restrito” ou “não identificado” sejam usadas por call center, telemarketing ou empresas de cobrança para campanhas agressivas ou assédio moral, ferindo direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor.

O texto atual, na forma de substitutivo, é resultado de ajustes feitos pelos relatores na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), senador Ivo Cassol (PP-RO), e na CCT, Benedito de Lira (PP-AL). Este último incluiu prazo de 60 dias para que as prestadoras de serviços de telefonia cumpram os dispositivos da lei.

Agência Senado


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seg
01
dez
2014

O deputado federal, Ruy Carneiro (PSDB), afirmou que o PSDB será reorganizado em 2015 na Paraíba. Presidente do diretório estadual, Ruy citou ainda a aproximação entre o partido e o PT na Prefeitura de João Pessoa.

“Dentro desse rearranjo de forças, alguns partidários, que apesar de serem do PSDB, mas não apoiaram Cássio Cunha Lima (PSDB), devem ser convidados a deixar a legenda”, revelou o deputado.

“Essa questão será conversada. O PSDB e o PT são partidos antagônicos e nós temos na Câmara Municipal três vereadores valorosos”, colocou o presidente.

O deputado admitiu que houve um mal-estar com o senador Cícero Lucena (PSDB) após a formação da chapa de Cássio Cunha Lima (PSDB) com Wilson Santiago (PTB). “Mas não temos problemas pessoas com Cícero”, declarou.

Ruy destacou a participação de Wilson na campanha de Cássio. “No 1º turno ficamos em primeiro e Wilson fez parte disso. Em alguns municípios que tradicionalmente eram contra Cássio, obtivemos excelente votação graças a Wilson”, apontou.

Paraiba.com.br


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seg
01
dez
2014

Os uruguaios elegeram nesse domingo (30) o sucessor do presidente José Pepe Mujica: no dia 1º de março, o médico socialista Tabaré Vázquez será reconduzido ao cargo, que ocupou de 2005 a 2010. Este vai ser o terceiro governo consecutivo da coligação de partidos de esquerda, Frente Ampla.

No discurso em que festejou a vitória, Tabaré convocou a oposição a um diálogo. “Convoco todos os uruguaios, não para que me sigam, mas para que me guiem e me acompanhem”, disse. Ao mesmo tempo prometeu que seu retorno ao poder não representará “mais do mesmo” porque o país que vai presidir nos próximos cinco anos “não é o mesmo de 2005 nem de 2010”.

Tabaré Vázquez disputou o segundo turno das eleições presidenciais com o candidato do tradicional Partido Nacional (ou Blanco), Luis Lacalle Pou. Ele obteve 53% dos votos, enquanto seu adversário ficou com 40%. A Frente Ampla ainda assegurou a maioria no Congresso, no primeiro turno das eleições, em outubro passado.

No Uruguai, o Congresso é totalmente renovado a cada troca de governo. E os eleitores são obrigados a escolher candidatos a presidente, à Câmara dos Deputados e ao Senado do mesmo partido. Todos têm mandatos de cinco anos e o presidente não pode ter dois mandatos consecutivos.

A legislação, no entanto, não impede que uma pessoa dispute o cargo de presidente e uma vaga no Congresso, em uma mesma eleição, ou que o presidente em exercício se candidate ao Senado. Por isso, no dia 1º de marco, Lacalle Pou (que foi derrotado na eleição presidencial, mas obteve votos suficientes na eleição legislativa) assumirá como senador do Partido Nacional. José Pepe Mujica vai liderar a bancada da Frente Ampla no Senado.

Em entrevista à Agência Brasil, Mujica disse que quer impulsionar uma reforma constitucional e criar mecanismos para evitar a corrupção politica. A primeira-dama, a senadora Lucia Topolanski, foi reeleita em outubro e vai integrar a bancada governista junto com o marido.

Segundo Victor Rossi, que foi ministro de Transporte e Obras Públicas na primeira gestão de Tabaré Vázquez, o novo governo vai manter a politica de redistribuição da riqueza dos últimos dez anos, que deu bons resultados: a redução da pobreza de 39% a 11% e a queda do desemprego. “Mas existem novos desafios porque os uruguaios hoje estão mais exigentes do que em 2005 e em 2010”, disse Rossi.

Responsável por conduzir a Frente Ampla ao poder, rompendo com a hegemonia dos partidos Nacional e Colorado (ambos com mais de 170 anos de historia), Tabaré Vázquez obteve votação histórica. Ele ganhou as eleições com a maior margem de diferença em relação ao segundo colocado desde 1996.

Apesar de Tabaré ser um político popular, foi seu sucessor – o ex-guerrilheiro José Pepe Mujica, preso durante 14 anos  – que colocou o pequeno país no mapa, graças ao seu jeito simples de ser. Ele foi manchete da imprensa local e internacional porque continua vivendo na mesma chácara e dirigindo o mesmo fusca velho (que um xeque árabe quis comprar por US$ 1 milhão e que ele se recusou a vender).

Mujica também ganhou fama de ser o “presidente mais pobre do mundo” porque doa 90% de seu salario para financiar projetos sociais. Na gestão dele, o Uruguai legalizou o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a produção e venda da maconha.

EBC


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