A Câmara Municipal de Taperoá aprovou, na sexta-feira à noite, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades praticadas pelo prefeito Jurandir Gouveia de Farias (PMDB). Ele é acusado de autorizar pagamentos a pessoas sem qualificação técnica, de fazer compras superfaturadas, de contratar serviços e obras sem licitação, entre outras supostas irregularidades.
A informação é do vereador Antônio Vieira de Queiroz (DEM), conhecido como Antônio Vicente. Segundo o vereador, o presidente da Câmara, Macilon Figueiredo, comunicará hoje ao prefeito que ele será investigado por uma CPI. O requerimento propondo a CPI contra o gestor foi apresentado pelo vereador José Humberto de Sales, conhecido como Beto da Internet.
Votaram a favor a criação da CPI os vereadores Antônio Vicente, Beto da Internet (autor), Maria Sileide Barreto e Jane Maria Monteiro. Os vereadores Severino José de Brito e Ângela Maria de Oliveira se abstiveram. Já os vereadores Ailton Paulo e Margarete Araújo não compareceram à sessão.
Ailton Paulo, aliás, atuou como líder do prefeito na Câmara até a última quintafeira, quando protocolou documento comunicando que não mais exerceria a função. No dia seguinte, ele não compareceu à sessão que criou a CPI. O documento comunicando o afastamento também foi encaminhado ao prefeito. No documento, Ailton Paulo diz que deixou a função de líder dizendo que estava sendo tratado com total desrespeito pelo governo municipal.
Na mesma sessão, os vereadores de Taperoá aprovaram um projeto de lei que proíbe a contratação de parentes (nepotismo) do prefeito e do vice pela gestão municipal. O projeto é de autoria da vereadora Jane Maria Monteiro e foi subscrito pelo vereador José Humberto. Desta forma, os vereadores querem obrigar o prefeito a exonerar parentes deles que trabalham na prefeitura em cargos. Segundo os vereadores o prefeito tem pelo menos cinco parentes na gestão.
Prefeito rebate ataques – O prefeito Jurandir Gouveia de Farias rebateu os ataques da oposição. Segundo ele, a obrigação da Câmara é fiscalizar os atos do prefeito, mas o vereador Beto da Internet estaria revoltado porque perdeu mordomias que tinha na Prefeitura.
“Ele está me acusando de ladrão, mas ladrão é ele. Ele não tem qualificação”, disse o prefeito, acrescentando que o autor da CPI atuava nos bastidores tentando manipular as licitações feitas pela Prefeitura e “cobrava comissões de 10% a quem participava”. “Ele está descontente porque não está roubando na Prefeitura”, afirmou o prefeito de Taperoá, frisando que “os vereadores vão ter que provar as acusações”.
Jurandir disse que tem 44 anos de idade e um nome a zelar. Negou todas as acusações. Disse que, em alguns casos, contratou serviços emergenciais de pedreiros ao custo de R$ 3,5 mil, após receber três propostas, para evitar a realização de licitações para contratação de empresas.
Sobre a acusação de nepotismo, Jurandir disse que tem apenas a esposa na titularidade da Secretaria de Ação Social e um filho na Secretaria de Saúde. “Será que um prefeito não pode colocar duas pessoas de sua extrema confiança em cargos estratégicos?”, indagou.
Sobre o fato do vereador Ailton Paulo ter renunciado ao cargo de líder do prefeito, Juradir afirmou: “Ailton é igual a um moleque buchudo. Mas é meu amigo. É gente boa. Não tenho nada contra ele. Aliás, não tenho nada contra nenhum deles”.
Jornal da Paraíba