A Polícia Federal grampeou com autorização judicial dois telefones do secretário da Receita Federal entre 2009 e 2010, o paraibano Otacílio Dantas Cartaxo, que presidiu entre 2011 e janeiro deste ano o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão responsável pelo julgamento de reclamações de contribuintes em débito com a Receita. As informações são do Estadão.
Segundo a publicação deste sábado, Cartaxo estava envolvido com alguns investigados no esquema de propina, entre eles seu genro Leonardo Siade Manzar. De acordo com as escutas feitas pela PF, lobistas e conselheiros negociam em favor de empresas suspeitas de pagar propina no órgão em troca de gestões do ex-secretário.
Uma das empresas indicadas na investigação está Gerdau, que teria negociado propina pela decisão favorável em caso que envolve dívida de R$ 4 bilhões. Os áudios também indicam que Cartaxo, após deixar a presidência do Carf, "passará a trabalhar na consultoria do seu genro, a SBS Consultoria".
O monitoramento dos telefones de Cartaxo foram realizados pela condição de presidente do Carf, segundo a PF. O genro do ex-secretário é apontado como um dos principais integrantes do grupo suspeito da venda de decisões.
O Estadão não conseguiu contato com os suspeitos.
Operação Zelotes – A Polícia Federal deflagrou no final de março deste ano a operação contra um grupo que atuava junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos, proporcionando uma economia de bilhões de reais por parte das empresas autuadas em detrimento do erário da União.
Segundo a Polícia Federal, ao todo, foi realizado um desvio de R$ 19 bi da Receita. As investigações, iniciadas em 2013, apontaram o envolvimento de empresas devedoras ao fisco. No total, 180 policiais federais e 55 fiscais da Receita Federal estão cumprindo 41 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
ParlamentoPB com Terra