“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

sex
17
abr
2015


Dos manifestantes que foram às ruas dia 12, 73,2% não acreditam em políticos

A maioria dos manifestantes presentes ao ato do último domingo (12) na Avenida Paulista, em São Paulo, e que foram às ruas em protesto contra o governo e a corrupção, era branca, com renda acima de cinco salários mínimos e ensino superior completo, diz a Pesquisa com os Participantes da Manifestação do dia 12 de abril de 2015 sobre Confiança no Sistema Político e Fontes de Informação. O estudo mostra que a maioria dos participantes não acredita ou não confia em instituições políticas, como políticos, partidos políticos, organizações não governamentais (ONGs) e movimentos sociais.

O estudo foi coordenado pelos professores Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo (USP), e Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo a pesquisa, a maior parte dos manifestantes é homem (52,7% do total), têm entre 26 e 55 anos (21,1% dos manifestantes têm idade entre 46 e 55 anos), com ensino superior completo (68,5% do total) e branca (77,4%).

A maioria deles também declarou renda acima de cinco salários mínimos (24,8% do total tinha renda entre R$ 3.940 e R$ 7.880; 28,5% com renda até R$ 15.760 e 19,5% com renda superior a R$ 15.760). “Ele [manifestante] é relativamente mais velho, rico, branco, tem ensino superior e uma descrença generalizada nas instituições políticas, o que inclui ONGs e movimentos sociais”, disse Pablo Ortellado, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.

“A primeira coisa que queríamos medir na pesquisa era investigar em que medida o descrédito com os partidos políticos, como o PT, que já tinha sido apurado em pesquisas na manifestação do dia 15 de março, também se referia a outros partidos e aos políticos. Medimos então os partidos políticos, políticos e movimentos sociais, ONGs e a imprensa. E o resultado foi que o descrédito é com o sistema político como um todo”, disse Ortellado.

A pesquisa perguntou também sobre a confiança dos entrevistados em veículos de comunicação e apenas 21% deles disseram acreditar muito na imprensa. Do total de entrevistados, 51,8% deles disseram confiar muito na revista Veja, seguida pelo jornal O Estado de S. Paulo (40,2%).

Quanto aos partidos políticos, 73,2% disseram não acreditar neles, de maneira geral e apenas 1,1% disseram confiar muito. Quando os partidos foram citados, 96% disseram não confiar no PT; 81,8% no PMDB; 77,1% no PSOL e 47,6% no PSDB. Do total de entrevistados, 61,1% disseram também não confiar na Rede Sustentabilidade, que ainda não existe como partido político. Dos que disseram confiar muito nos partidos, 11% disseram confiar no PSDB, 2,6% na Rede, 1,9% no PSOL, 1,4% no PMDB e 0,2% no PT.

Quanto aos políticos, 96,7% disseram não confiar na presidenta Dilma Rousseff, seguida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (95,3%) e pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (87,6%), todos do PT. A rejeição ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, foi 28%, a mais baixa dentre os políticos citados, enquanto seu nível de confiança, o maior dos políticos citados pela pesquisa, ficou muito próximo à rejeição, em 29,1%; seguido pelo senador José Serra, também do PSDB, que ficou com 23,8% de nível de confiança e rejeição de 32,7%.

“O índice de confiança no PSDB, por exemplo, é muito baixo. E mesmo as lideranças políticas com maior índice de confiança, por exemplo o governador Geraldo Alckmin, têm um índice de desconfiança muito maior [que o de confiança]. Esses dados mostram que a desconfiança, embora muito concentrada no PT, se aplica não só ao espectro, mas às instituições políticas como um todo”, destacou Ortellado. Quanto às ONGs e aos movimentos sociais, 20% disseram confiar muito, enquanto 29,8% disseram não confiar nada e 46,2% disseram confiar pouco.

“Testamos também a concordância [dos entrevistados] com boatos que circularam na internet. E esse foi um resultado muito surpreendente, porque não esperávamos que a concordância com esses boatos, principalmente alguns que são inverídicos, fosse tão disseminada”, enfatizou o professor. Dos resultados nesse item da pesquisa, 71,3% acreditam que Fabio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, é sócio da empresa frigorífica Friboi, 53,20% acham verdadeira a frase "o PCC é um braço armado do PT" e 42,6% acreditam que o PT trouxe 50 mil haitianos para votar em Dilma nas últimas eleições.

A pesquisa ouviu 571 pessoas com idade acima de 16 anos entre as 13h30 e as 17h30 no dia 12 de abril, em toda a extensão da Avenida Paulista. Segundo a Polícia Militar, essa manifestação reuniu 275 mil pessoas.

Agência Brasil


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sex
17
abr
2015


Por Eilzo Matos

Está aí na mídia Sitônio Pinto, um escritor de verdade. De mão cheia! Já consagrado. Tem outro, Tião Lucena.

Falo com o jeito do povo dos vales dos rios do Peixe, Piranhas e Piancó, onde moro, desde que nasci no que cobre as várzeas onde circula, ora doce, ora turbulento em descidas íngremes, varando gargantas apertadas – o Peixe. Reunidos para discutir situações, esperávamos e chegava sempre o poeta cangaceiro – nobre na tradição familiar da mesa farta – o incomparável Dr. João Romão Dantas Rothea, de lá também, e marchava pisando duro ora se agachando, velozmente trejeitando sacar armas de fogo, intimidando os circunstantes. Fazia porque podia.

Respeitado na palavra, pelos versos patrióticos como os melhores já escritos em todos os quadrantes, não esquecia o labor ancestral na agricutura, na criação de gado e no cangaço. Soltava o verbo. Os seus versos épicos e valentes cantavam a glória, a guerra:

“O teu povo, estupefato te contempla.

Eu, nativo de tua margem

Leio na soberbia do remanso,

Uma turbulenta história.”

Aí está a origem armada, municiada da opulenta tradição guerreira de Princesa cantada por Sitônio Pinto, na excelência da prosa deste escritor-historiador-poeta que vive na cidade com um revolver na cintura, cheio de balas. Quem sabe e conhece como eu, pode falar assim, mesmo de ouvir dizer.

Dr. João Romão Dantas Rothéa, guardava intocável o orgulho e o ar distinto de uma tradição dominante. No estreito relacionamento social que nos aproximava, eu percebia esse ar conspícuo, guardando o tempero rural do senhor cheirando a mel de engenho cozinhando em taxos de cobre. Pois bem. Tudo era fruto da terra fértil e produtiva na atividade agrícola e pecuária, nascida no “coice das boiadas” que ali chegaram com os mandados pela Casa da Torre para manutenção do morgadio, conforme anotações de Rosilda Cartaxo.

Outros, destacados e respeitados lhe sucederam, como João Bernardo de Albuquerque nas letras e na gestão administrativa e jurídica do Estado. A “Rusga dos Dantas”, de que falam os comentadores do episódio belicoso sertanejo, que embebeu de sangue aquele solo, aquelas várzeas, marcou o espírito intimorato que levou a população paraibana a travar a muito famosa “Guerra de Princesa”.

A história nos fala dessa memória, que ganhou capítulos e títulos na saga paraibana e nacional dos grandes enfrentamentos políticos, na pena de João Lelis. Sem me estender, aludo ao episódio da cidade de Princesa, pro-clamada território livre, separada do Estado da Paraíba. Tudo é narrado de-talhadamente, apoiado em documentos da época, pelo escritor e homem público Aloysio Pereira, filho do coronel e chefe político sertanejo José Pereira.

Tinha que dar guerra, fruto da bravura dos narigudos Dantas Rothea, coetâneos de Marcolino Pereira Lima que nasceu no dia 23 de junho de 1840 em São João do Rio do Peixe, emigrou para São Francisco do Aguiar, depois Piancó, fixando-se finalmente em Princesa.

Chefe político, o seu filho, o coronel José Pereira que herdou suas qualidades e poder, injustamente ferido nos brios de sua liderança, em proclamação e decreto, tornou a sua cidade rebelada um Estado indepen-dente. Uma curiosa e histórica república em pleno sertão paraibano, o que é sabido.

Neles, tudo me lembra o estimadíssimo amigo João Romão Dantas, poeta, doutor e cangaceiro, filho da mesma terra que mandou Marcolino para desenvolver Princesa no comercio, na industria, nas letras, na história, do-minar e praticar o cangaço costumeiro e arreliado em festas e romances pajeuzeiros.

Os lances dessa epopeia cantada em prosa e verso tem no momento, o depoimento pessoal, o registro documental de Aloysio Pereira, médico, político, escritor, memorialista, cidadão indômito, lúcido e provecto representante daqueles tempos, publicado em livro. E nos arroubos de linguagem em prosa e versos evocativos de Sitônio Pinto e Tião Lucena. Eis ai o tempo e a vida: a história.


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16
abr
2015

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Fotos mostram situação dos poços na Lagoa de São e Cachoeira de Minas

O Ministério Público Federal (MPF) recebeu nessa quarta-feira (15), através da Procuradoria da República de Monteiro (PB), denúncia feita pelo vereador Givaldo Morais (PCdoB) contra a Prefeitura de Princesa Isabel, por indícios de irregularidade no pagamento de serviços de obras hídricas no município com recursos federais.

Segundo Givaldo Morais, “a gestão do prefeito tucano Dominguinhos foi contemplada, em 2014, com R$ 318 mil do programa federal Água para Todos/NE, através do Ministério da Integração Nacional e Sudene, para perfuração de poços e implantação de sistema de abastecimento nas comunidades Lagoa de São João e Cachoeira de Minas”.

Na denúncia, Givaldo relata que, em visitas recentes às obras executadas nas comunidades pelo governo municipal, ele, Ricardo Pereira e os vereadores Irismar Mangueira, Célio de Zé Biró, Robson Matuto e Ednacharles Serafim [Neguinho da Lagoa], “verificaram in loco, diversas irregularidades quanto à aplicação dos recursos federais”.

Entre as irregularidades, o parlamentar cita a “perfuração de poços, com pequena construção em alvenaria, cercada de arame farpado, com obras paralisadas, e sem perspectiva de sua retomada.”

Além disso, segundo Givaldo, “não houve execução de serviços ou medições que justificassem o pagamento, nos meses de novembro de dezembro de 2014, de R$ 128.926,91 à ELF Teixeira Construções e Serviços, empresa contratada para fazer as obras hídricas, conforme detalhamento de empenhos disponíveis no Sagres do Tribunal de Contas da Paraíba”.

“A perfuração de um poço custa, em média, R$ 3,5 mil. Foram perfurados dois, feito um abrigo inacabado, montada um pequena cerca e nada mais. Cadê o restante das obras, como tubulação para distribuição às comunidades, entre outros serviços?”, questionou.

De acordo com Givaldo, “essa mesma denúncia, subscrita por mim, Ricardo Pereira e os colegas da bancada de oposição, já foi formalizada na Sudene, em Recife, no dia 31 de março último”.

Na avaliação de Givaldo Morais, “os poços de Dominguinhos são a prova de sua falta de compromisso, de omissão completa na questão da segurança hídrica no município”.

“Um prefeito que faz isso com recursos federais num período de seca prolongada, que sequer fez a limpeza dos açudes públicos de Lagoa da Cruz com o maquinário do PAC, como solicitou há meses Irismar Mangueira; um prefeito que age dessa maneira quando a cidade vive à beira de um colapso no sistema de abastecimento, com o açude Jatobá morrendo à míngua, não pode ser acreditado, mesmo que deite falação, converse água, miolo de pote, [ele] não têm uma gota de credibilidade”, disparou.

Abaixo, reproduções das denúncias  feitas ao MPF e à Sudene e dos pagamentos efetuados pela Prefeitura à empresa contratada.

DEN. MPF

 

DEN. SUDENE

 

DEN. SUDENE 2

 

EMPENHOS DOS POÇOS


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16
abr
2015

PREVISÃO 16

Com sol na maior do período, esta quinta-feira (16) apresenta probabilidade (5%) mínima de chuva em Princesa Isabel, Manaíra, Água Branca, São José de Princesa, Tavares e Juru, segundo aponta o Centro de Previsão de Tempo e Estuddos Climáticos (CPTEC).

Na maioria dos municípios, a temperatura máxima prevista é de 30°C, e a mínima, de 17°C.

Abaixo, a previsão do Centro para a rregião Nordeste:

No MA, oeste da BA, norte do PI e do CE e litoral norte do RN: pancadas de chuva. No litoral da BA: tempo instável. Região central da BA: possibilidade de pancadas de chuva. Demais áreas da Região: variação de nebulosidade. Temperatura mínima: 17°C nas serras de PE e no sudoeste da BA. Temperatura máxima: 36°C no leste do PI


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16
abr
2015

Tião Gomes convida Lucas de Brito para se filiar ao PSL e disputar prefeitura
Lucas de Brito confirmou que recebeu o convite

O deputado Tião Gomes (PSL) convidou o vereador Lucas de Brito (DEM) para se filiar ao PSL e disputar a Prefeitura Municipal de João Pessoa nas eleições do próximo ano pela legenda. O convite foi confirmado ainda há pouco na Câmara Municipal de João Pessoa pelo vereador democrata.

Lucas de Brito disse que recebia o convite com alegria e que vai avaliar o pedido com bastante calma antes de dar uma resposta. Na prática o vereador tem até o mês de setembro desde ano para mudar de partido, uma vez que, segundo a legislação eleitoral, "Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcional".

ParlamentoPB


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16
abr
2015

“Quem atrasa o pagamento da luz é porque não pode pagar. O pagamento não deve provocar o simples apagamento”

OTÁVIO SITÔNIOOtávio Sitônio Pinto

Duas irmãs morreram abraçadas no incêndio de sua casa, quarta-feira, oito deste abril 2015, na Comunidade Riachinho, bairro 13 de Maio, em Parahyba. O sinistro se deu à noite, provocado por uma vela acesa no quarto das meninas. A casa estava com a luz cortada à falta de pagamento. Maria Vitória tinha nove anos, Maria Cecília tinha oito. A mais nova pedira à mãe para acender a vela, pois estava com medo da escuridão. Maria Cecília pediu para apagar, mas venceu o pranto de Vitória. O beliche de ferro ficou todo empenado; bloqueou a porta.

A conta atrasada somava 350 reais (cem euros), quantia que Cibele Campos, a mãe das meninas, não possuía. Pediu ao pai, pediu à vó, mas ninguém tinha, ou não quiseram dar. A Energisa cortou a luz.

Lembro-me do festival internacional de cinema que de dois em dois anos a Energisa promove com seu mecenato. É o Cineport, uma atitude louvável. Cineastas de língua portuguesa têm oportunidade de mostrar seu trabalho, e o povo tem vez de ver.

Ano passado pude ver e ouvir boa música portuguesa, ao vivo, nas vozes de Carminho e Lula Pena. Carminho é o diminutivo de Carmem; em Portugal, vai para o feminino. No Brasil, diríamos Carminha. E Lula Pena é o aumentativo dela mesma, com sua voz grave e única, e seu violão econômico de notas, acompanhando sua solidão no palco. Sou fã. No festival, encontrei os irmãos Vladimir e Walter Carvalho. Um prêmio que ganhei, eu que não concorri.

Quero dizer com isso que a Energisa tem e gasta dinheiro. É generosa com as artes e os artistas. Mas pode e deve gastar, também, com assistência social. Acredito que gasta, mas pode fazer mais – haja vista a tragédia do Riachinho, em que perderam a vida as irmãs Cecília e Vitória. Corte de luz só deveria ser feito após análise das condições financeiras dos devedores. Quem atrasa o pagamento da luz é porque não pode pagar. O pagamento não deve provocar o simples apagamento. O dos pobres, bem que poderia ser abatido, parcialmente, no recolhimento dos tributos.

E às vezes a falha não é do pagador, mas de quem cobra. Sei de um deputado que a antiga Saelpa chegou à sua casa para cortar a luz, que estava em dia, em pleno dia. Pararam a camioneta junto ao poste e o funcionário começou a subir para cortar. Sua Excelência pegou o revólver (um Smmith 38, conheço os dois) e apontou para o homem: “se cortar, morre”. A equipe do corte voltou para a sede da empresa e a luz continuou a brilhar para todos.

Na passagem de ano de 1890, os reis da Bélgica estavam comemorando o evento no Castelo Real de Bruxelas, tido como um palácio de cerimônias e despachos. Deixaram a infanta princesa Clementina dormindo no Castelo Real de Laeken (ou Schooenenberg), a residência dos reis. Não se abe como o castelo pegou fogo. A criada Antoniette percebeu o incêndio e conseguiu salvar a princesa Clementina, mas não pôde retirar sua aia de nove anos, menina da ilustre e nobre família Drancourt, que dormia com a princesa. Seu nome perdeu-se no incêndio (cartas para o repórter).

Castelos são voláteis, assim como as casas dos pobres. Castelos têm muitas sedas, cortinas e tapetes, e velas acesas. É possível que o castelo de Laeken ainda não tivesse iluminação elétrica, pois a lâmpada de Edson foi inventada em 21 outubro de 1879, e era o primeiro dia do ano de 1890. Noutro janeiro, o de 1869, o príncipe Leopoldo, 9, morrera afogado num tanque de Laeken. O castelo é maldito como os castelos. Na Segunda Guerra Mundial, foi a prisão dos reis da Bélgica. Outrora, fora a residência de Josephine de Napoleão.

A maldição parece estender-se às casas dos pobres, pois o Castelo do Riachinho pegou fogo, já na era da luz elétrica e da Energisa. Era o castelo das irmãs Campos. Outro castelo que pegou fogo foi o da boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 27 de janeiro de 2013. Um castelo de classe média, pois cada qual tem o castelo que pode. Na boate Kiss também morreram duas irmãs, Franciele e Cecília Vargas. Morreram ainda centenas de pessoas, e outras centenas ficaram feridas ou intoxicadas. Castelos são mal assombrados, sejam de ricos ou de pobres.

*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.


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16
abr
2015

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"Qualquer projeto que ameace os direitos sociais ou represente retrocesso nas relações de trabalho enfrentará grandes dificuldades no Senado. Aqui não passará", antecipou o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), à jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247 em Brasília; "Como poderia o PMDB votar uma medida que afeta os direitos sociais tendo sido a força propulsora da Constituinte de 1988?", questiona; segundo Tereza, com sua postura, Renan demonstrou ter um "radar social" bem mais apurado do que o de seus colegas na Câmara; dia de ontem foi tomado por protestos contra a terceirização em todo o País; "Dilma é que poderia ter se diferenciado também, pelo menos dizendo-se contrária ou preocupada com matéria de tal gravidade social, assim como vem fazendo em relação à redução da idade penal", afirma; leia a íntegra

Por Tereza Cruvinel

Enquanto na Câmara os líderes entendiam o tamanho da enrascada em que se meteram ao aprovar o texto básico sobre terceirização ampla e geral de mão-de-obra, adiando a votação dos destaques para a semana que vem, no Senado o presidente da Casa, Renan Calheiros, demonstrava ter um radar social bem mais sensível.  Em conversa com o 247, avisou:

– Terceirização é uma prática importante para as empresas na gestão de alguns serviços mas não pode substituir completamente as relações trabalhistas regulares.  Qualquer projeto que ameace os direitos sociais ou represente retrocesso nas relações de trabalho enfrentará grandes dificuldades no Senado. Aqui não passará.

Na Câmara, o projeto que enfrenta resistência de centrais, sindicatos e movimentos sociais, e vem sendo malhado impiedosamente nas redes sociais, teve o apoio do presidente da Casa, Eduardo Cunha, e da maioria dos deputados peemedebistas. Ao se posicionar criticamente, antes mesmo de o projeto chegar ao Senado, Renan se desvencilha desta agenda que desgastará o Congresso quando ficar mais claro que foi dele a iniciativa e não do governo. Diz ele ainda:

– Como poderia o PMDB votar uma medida que afeta os  direitos sociais tendo sido a força propulsora da Constituinte de 1988, que produziu a Constituição cidadã e seu admirável artigo quinto?

Sua desvinculação antecipada da proposta confirma o que este blog já disse: os partidos que embarcaram no projeto (foram quase 400 votos favoráveis na votação inicial) buscando impor mais uma “agenda legislativa” ao governo  cometeram um erro. Conseguiram devolver ao PT e aos partidos de esquerda a posição de partidos mais comprometidos com a agenda social.  Dilma é que poderia ter se diferenciado também, pelo menos dizendo-se contrária ou preocupada com matéria de tal gravidade social, assim como vem fazendo em relação à redução da idade penal.

Outras de Renan

O PMDB sempre foi de centro-esquerda, diz o presidente do Senado, justificando sua oposição à terceirização:

– O que estou dizendo sobre a terceirização segue a mesma lógica do que defendo em relação ao ajuste fiscal.  Ele é necessário, vamos todos nos empenhar mas vamos qualifica-lo.  Vale dizer, não deixaremos que, num momento de recessão, o trabalhador e o desempregado sejam os mais penalizados.  Vamos suavizar os sacrifícios e o governo que trate de compensar os ganhos fiscais cortando em outras áreas, cortando no custeio. Até agora não vimos o decreto de programação orçamentária do governo para este ano.

Ele diz ter tido dois encontros com o jurista Luiz Edson Fachin, indicado para ministro do STF, do qual tem as melhores referências, mas diz que o seu voto será apenas mais um entre 81 senadores.

Já da troca do ministro do Turismo Vinicius Lages, por ele indicado, pelo também peemedebista Henrique Eduardo Alves, fala bem pouco.

_ Ouvi da presidente, quando da remontagem do ministério, que ele era o melhor dos ministros do governo passado. Já estando indicado para ser secretário em Alagoas, ficou no posto.  Se era o melhor, outras foram as razões para a troca. Mas não há hipótese de ele vir a ocupar uma posição compensatória no Governo. Eu, que apresentei à presidente uma proposta de redução do ministério, não devo fazer qualquer indicação. E o PMDB tem que deixar para trás esta questão de cargos no governo.

Mas o assunto que ele evita mesmo é da proposta de impeachment que a oposição começou de fato a abraçar após a prisão do ex-tesoureiro do PT, João Vacari.  E isso significa apenas que seu radar ainda está perscrutando o céu.

Brasil 247


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