A Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) define na próxima terça-feira (5) a data da audiência pública para debater o elevado número de mortes maternas na Paraíba. A presidente da Comissão, deputada estadual Camila Toscano (PSDB), disse que o tema é preocupante e deve fazer parte da pauta de discussão do Poder Legislativo.
Dados da secretaria Estadual de Saúde mostram que de 2011 até abril deste ano, 151 mulheres paraibanas já morreram vítimas de complicações no parto, durante ou após gestação. As estatísticas apontam um aumento das mortes. A Paraíba é o quinto estado do Nordeste em número de óbitos maternos.
Nos primeiros meses desse ano, 12 casos de morte materna foram confirmados no Estado. Esse número já se aproxima da metade do total de casos registrados em 2014, quando se registrou 31 mortes. No ano de 2013 o número de mulheres mortas chegou a 40. Em 2012, esse número foi de 36 óbitos e em 2011, 32 gestantes morreram em virtude de complicações com o parto.
“Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com um atendimento de qualidade junto às gestantes. Vamos realizar essa audiência pública como um alerta e também para verificarmos como andam os atendimentos oferecidos pela rede pública estadual. Para isso, vamos convidar a secretária de Saúde, Roberta Abath, entidades e especialistas para participar desse momento importante para as mulheres paraibanas”, disse a deputada.
A secretaria estadual de Saúde revela que 96% das gestantes iniciam o pré-natal em todo o Estado, mas que apenas 67% continuam procurando atendimento médico até o momento do parto. A própria Secretaria aponta que 92% das mortes poderiam ser evitadas com um acompanhamento adequado.
Mortes por município – Enquanto a meta dos objetivos do Milênio estipula uma quantidade de 35 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos, a Paraíba registra 54 mortes para cada 100 mil habitantes. Na Paraíba este ano, já foi registrado morte materna em 5 municípios. Estão na lista: Campina Grande, Itaporanga, João Pessoa, Monteiro e Solânea.
As mulheres que morreram por conta do parto residiam nos municípios de João Pessoa, Rio Tinto, Casserengue, Dona Inês, Esperança, Pocinhos, Queimadas, Remígio, Taperoá, Monteiro, Itaporanga e Picuí.
Assessoria