Temendo um novo racha no PMDB, assim como aconteceu nas eleições do ano passado, o senador José Maranhão, presidente da legenda na Paraíba, está propondo uma chapa ‘puro-sangue’ para a disputa em João Pessoa, em 2016.
Maranhão explicou que essa seria a melhor fórmula para apaziguar os ânimos entre os deputados peemedebistas Manoel Júnior (federal) e Gervásio Maia Filho (estadual), que têm planos em disputar a Prefeitura da Capital no próximo ano.
Manoel Júnior não esconde de ninguém o desejo de disputar a Prefeitura de João Pessoa. Ele tem dito que já esperou tempo demais. O parlamentar foi preterido pelo PMDB em 2008, quando disputou a eleição na condição de vice de Ricardo Coutinho (PSB)
Em 2012, Manoel Júnior acabou cedendo a vaga para Maranhão, que acabou a disputa na quarta colocação. Por conta desses revés, o deputado não pretende entregar o comando do partido a Gervásio Maia, por entender que o colega de partido tem nos planos fazer uma composição com o PSB.
Gervasinho, por outro lado, cobra o cumprimento de acordo firmado há dois anos para a presidência do PMDB da Capital. Maia lembra que foi registrado em ata que Manoel Júnior comandaria a legenda por dois anos e, ao final do mandato, cederia espaço para que ele assumisse o cargo pelos dois anos seguintes.
Diante do impasse, Maranhão defende que os dois disputem a eleição como prefeito e vice. O tema, no entanto, ainda será exposto para os deputados. O senador, contudo, se diz otimista quanto a um acordo.
Paraíba Já
Um programa de edição de imagens vai auxiliar a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) do Rio de Janeiro na busca de crianças e adolescentes desaparecidos. Um artista forense do Núcleo de Envelhecimento faz um retrato atualizado que simula o envelhecimento de crianças desaparecidas há muito tempo.
Cerca de 20 meninas desaparecidas desde 2000 ganharão retratos atualizados. As imagens serão divulgadas na imprensa e no site da Polícia Internacional (Interpol), além de encaminhadas para delegacias de todos os estados e agências de inteligência de cinco países que integram a rota do tráfico internacional de pessoas: Espanha, Portugal, Itália, Holanda e Suíça.O envelhecimento digital já foi feito nas fotografias de Ingrid Pitanga – que desapareceu em 2001, aos 10 anos – e de Gisela de Jesus – desaparecida em 2010, com 8 anos.
A simulação de envelhecimento por meio de programas de computador já existe em outros estados brasileiros, como São Paulo. A delegada-titular da DDPA, Ellen Souto, explicou que a delegacia fez pesquisas de campo, a fim de conhecer os trabalhos já desenvolvidos e selecionar a modalidade mais adequada para o Rio de Janeiro. “Viajamos e entramos em contato com um software que envelhece automaticamente a fisionomia das crianças, mas achamos o resultado artificial. Por isso, optamos por uma técnica de envelhecimento que utiliza um programa de edição, que não abre mão do olhar do artista forense."
As técnicas utilizadas usam fotos de diferentes fases dos desaparecidos e imagens dos pais, para cruzamento dos traços fisionômicos e detectar características faciais comuns, além de entrevistas com familiares das crianças. A simulação pode levar semanas para ser concluída.
De acordo com dados da Fundação para a Infância e Adolescência e do programa SOS Crianças Desaparecidas, 504 crianças e adolescentes estão desaparecidos no estado do Rio de Janeiro.
EBC
Filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a publicitária Danielle Cunha negocia desde março serviços de marketing político para parlamentares da Casa. E o primeiro cliente é o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), aliado de Cunha.
A assessoria de Motta diz que Danielle presta serviços de comunicação – como análises de discurso – para o deputado, ao custo de R$ 3.500 mensais. Ele diz pagar o trabalho do próprio bolso.
Uma das cinco filhas do peemedebista, a quem chama de "Eduardo", Danielle afirma que seu objetivo é investir no trabalho com políticos de olho no mercado eleitoral de 2016.
"Tem muita gente que me procura pensando já na campanha de prefeitura. E aí eu entro com diagnóstico."
Danielle, 28, trabalhou no mercado de cosméticos na área de marketing e toca outras duas empresas de internet: uma faz gerenciamento de redes sociais de artistas (ela não revela os clientes), e a outra oferece serviços de viagem a turistas que querem programação feita por locais.
Foi na campanha do pai à Câmara, em 2014, que ela aderiu ao marketing político. Depois, junto com uma equipe de 20 pessoas, coordenou a comunicação digital da candidatura do pai à presidência da Casa.
Ela diz que passou a ser procurada por parlamentares após a vitória de Cunha, em fevereiro. "Eu brincava: você está puxando meu saco? Porque meu pai já foi eleito."
Danielle diz negociar com outros parlamentares, mas não revela seus nomes.
Ela afirma não ver conflito de interesses no que faz. "Acho que acaba dando mais trabalho para o meu pai eu estar neste meio."
Admite que as portas se abriram por ser filha de Cunha, mas diz estar cavando seu espaço. "No começo eu achava que sim [que era procurada por ser filha dele], hoje acho que não. Para eles não é bom me ter como assessora. Qual a imagem que isso passa? ‘O Eduardo colocou a filha para nos vigiar’."
Ela diz que os parlamentares a procuram para discutir a contratação de serviços como criação de sites e estratégia para redes sociais.
Danielle diz admirar o marqueteiro do PT, João Santana, e que sonha em ser referência na área no país. "Sou ambiciosa como o meu pai. Mas meu pé está no chão, preciso comer muito arroz e feijão."
E se candidatar? "Nunca diga nunca. Mas gosto muito do bastidor, o que mexe comigo é a estratégia. Meu olho brilha."
Blog do Tião Lucena
A presidenta Dilma Rousseff sancionou com vetos o projeto de lei que regulamenta o trabalho das empregadas domésticas. A lei está publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (2).
O primeiro veto refere-se à possibilidade de estender o regime de horas previsto na lei, de 12 horas trabalhadas por 36 de descanso, para os trabalhadores de outras categorias, como os vigilantes. A presidenta vetou esse parágrafo por entender que se trata de matéria estranha ao objeto do projeto de lei e com características distintas.
O segundo veto trata de uma das razões para demissão por justa causa, a de violação de fato ou circunstância íntima do empregador ou da família. A presidenta entendeu que esse inciso é amplo e impreciso e daria margem à fraudes, além de trazer insegurança para o trabalhador doméstico.
A lei estabelece uma série de garantias aos empregados domésticos. Além do recolhimento previdenciário, a nova legislação para a categoria prevê o recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A regulamentação, no entanto, ainda será feita pelo Conselho Curador do FGTS e pelo agente operador do fundo.
O empregador doméstico somente passará a ter obrigação de promover a inscrição e de efetuar os recolhimentos referentes ao FGTS de seu empregado após a regulamentação da lei.
No caso de demissão, o aviso prévio será concedido na proporção de 30 dias ao empregado que conte com até um ano de serviço para o mesmo empregador. Ao aviso prévio devido ao empregado serão acrescidos três dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.
A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço.
No caso do empregado descumprir o aviso prévio, o empregador terá o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.
Agência Brasil
O prefeito de João Pessoa, Luciano cartaxo (PT) em evento nesta segunda-feira (01) revelou que conta com o apoio do PSB em 2016, no entanto não deseja antecipar as discussões em torno das eleições do ano que vem. Mas o presidente do PSB de João Pessoa, Ronaldo Barbosa desconhece acordo fechado com o PT e não garante nada.
Cartaxo comentou mais uma vez sobre um certo distanciamento entre ele e o PSB e discordou dizendo que está tudo tranquilo e que a aliança foi aprovada pelo povo e tem tudo para continuar.
"Não temos problemas de relação. Devemos tratar de coisas concretas, de melhorias para a cidade de João Pessoa. A aliança entre o PT e o PSB foi aprovada e legitimada pela população. Se ela deu o aval, tem tudo para seguir. Estamos distantes do processo eleitoral e não vamos adiantar essas discussões. O tempo é de trabalhar", explicou Luciano Cartaxo.
Já o presidente do PSB-JP, Ronaldo Barbosa desconhece qualquer acordo pré-definido com o PT que assegure a aliança para 2016, mas não descarta a possibilidade.
"Nenhum político faz aliança pré-datada. Eu não tenho conhecimento de acordo de apoio entre PSB e PT confirmando a aliança para as eleições de 2016", revelou o líder socialista.
O que se sabe é que nenhum dos lados é contra a continuidade da aliança vitoriosa em 2014, mas também não há acordo firmado para que ela continue. Só o tempo dirá se ela permanece ou não para o próximo pleito eleitoral.
PB Agora
Consumidor gasta quase 2,2 horas por dia com aparelhos móveis (97 minutos no smartphone, 37 minutos no tablet), 37% do tempo diário dedicado ao consumo de mídia – em seguida vêm a TV (81 minutos), computador (70), rádio (44) e impresso (33); mudança de comportamento tende a acelerar o declínio dos veículos impressos
247 – O celular se tornou a mídia mais consumida no mundo. Segundo relatório divulgado nesta segunda (1º) pela Associação Mundial de Jornais e Publishers de Jornais (WAN-IFRA), o consumidor global já gasta quase 2,2 horas por dia com aparelhos móveis (97 minutos no smartphone, 37 minutos no tablet), 37% do tempo diário dedicado à mídia.
Em seguida vêm TV (81 minutos), computador (70), rádio (44) e impresso (33).
A circulação digital paga também aumentou 56% em 2014 e 1.420% entre 2010 (leia mais na reportagem de Raul Lores).
Brasil 247
O momento político gerado com a crise da Petrobrás / Lava Jato foi uma oportunidade única para o Brasil se passar a limpo
Otávio Sitônio Pinto
O Brasil pode dar adeus a si mesmo. Perdeu a única oportunidade de ser um país sério, como cobrou De Gaulle. Para os mais jovens, troco em miúdos: o Brasil teve com a França um entrevero que ficou conhecido como a Guerra da Lagosta (1961/1963), durante os reinados de Charles de Gaulle e João Goulart. O governo brasileiro prendeu alguns barcos lagosteiros franceses que pescavam em nossas costas, e o caldo engrossou. Ambos os países despacharam navios de guerra para a área. Segundo o governo francês, o Brasil havia autorizado a pesca, e voltou atrás. Numa audiência com o embaixador brasileiro em Paris, o grande Charles desabafou: “o Brasil não é um país sério”. Mas a autoria da frase também é atribuída ao embaixador brasileiro, Carlos Alves de Souza Filho.
Há quem diga que a frase foi do embaixador. Seja de quem foi a frase, definiu o Brasil como ninguém tinha definido até então, e ficou como marca registrada do Brasil até hoje, pois não apareceu slogan melhor. O Brasil não é um país sério: veja-se o caso recente da Petrobrás, o maior roubo do mundo. E o inquérito da Lava Jato está fazendo vista grossa com os maiores envolvidos; há empreiteiras que não vieram à tona da feijoada, estão blindadas. Uns dizem que são grandes demais e estão associadas a grandes figuras da política, outros dizem que estão vinculadas ao PSDB. Outros, que constituem um pacote que só será aberto no fim do inquérito, para dar o efeito de um “gran finale”. Seria bom demais para ser verdade.
O desenrolar do inquérito da Lava jato trouxe a suspeita (que todo mundo já sabia) que as doações de dinheiro aos partidos e candidatos eram compensadas com um retorno muitas vezes maior por parte dos governos, na forma de contratos e licitações graciosas. A crise dessa constatação levou os partidos do PT, PCdoB e PSOL a quebrar lanças pela proibição de doações particulares às campanhas políticas. Seria o primeiro passo para a redenção do Brasil, pois as eleições seriam saneadas, sem a intervenção do grande capital. Tudo ia bem encaminhado na Câmara dos Deputados, quando um núcleo de parlamentares deu marcha a ré e manteve o status quo com um artifício: doações podem ser feitas por pessoas jurídicas aos partidos, não aos candidatos. A Câmara e o Brasil andaram para trás, feito caranguejo de andada.
Não faz diferença. Tanto faz a Merposa doar a Fulano, candidato a presidente, como ao partido de Fulano. A campanha é a mesma, o resultado é o mesmo. Só nas eleições de parlamentares (são muitos os candidatos) poderá haver uma disputa interna pelo botim. Mas para prefeito, governador, presidente e senador ficará tudo como dantes no quartel de Abrantes.
O momento político gerado com a crise da Petrobrás / Lava Jato foi uma oportunidade única para o Brasil se passar a limpo. De dar um baculejo na mochila para apreender bagulhos ilegais, imorais. Mas os deputados deixaram passar a vez de se moralizar as eleições, que continuarão a ser gerenciadas pelo grande capital – responsável por mais de 90% dos custos eleitorais. As leis serão feitas por eles, os parlamentares dos grandes grupos; o País será dirigido por eles, sempre eles.
A marcha a ré na votação do dispositivo das doações foi coordenada pelo presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro. Por coincidência, envolvido nas denúncias do Lava Jato. O busílis da Lava Jato passa por doações da empresa a partidos, forma disfarçada de se doar a uma pessoa física. Em pleno inquérito de um fato, as leis que regem esse fato são modificadas, corroborando o brocardo de que “Direito é como rama de batata, para onde se puxar, dá.” Se houver outro mundo, “se notícias desta vida se consente”, sabendo da continuidade dos escândalos brasileiros, De Gaulle poderá dizer que bem que disse.
*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.