CGU pega corrupção no Ministério do Trabalho, cujo ministro se demitiu

Fiscais do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União identificaram indícios de superfaturamento e não execução de serviços em contrato pelo Ministério do Trabalho na gestão do ministro Ronaldo Nogueira, que pediu demissão do cargo ontem; tratativas que permitiram a continuidade do contrato com a empresa Business to Technology (B2T) tiveram a participação direta do ministro, apesar de vários alertas de irregularidades emitidos pela CGU.

BRASÍLIA 247 – O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) identificou, em relatório de auditoria obtido pelo jornal O Globo,  supostos superfaturamentos e não execução de serviços em contrato assinado pelo Ministério do Trabalho na gestão do ministro Ronaldo Nogueira — ele pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira. Iniciativas dentro da pasta que permitiram a continuidade do contrato com a empresa Business to Technology (B2T) contaram com a participação direta do ministro, em meio a vários alertas de irregularidades emitidos pela CGU, como diz o relatório.

O superfaturamento mais emblemático do relatório envolve o pagamento por horas de trabalho aos contratados pela empresa. A CGU detectou que os pagamentos são baseados no valor da hora de cada empregado, e não no serviço entregue. O valor varia conforme a complexidade do serviço. A auditoria encontrou casos como o de um único empregado que recebeu R$ 126 mil por 152 horas trabalhadas em 22 dias, o que equivale a R$ 828,95 por hora trabalhada. A CGU pede o ressarcimento de R$ 4,95 milhões.

O relatório tem 107 páginas e detalha como o Ministério do Trabalho supostamente direcionou a licitação para a B2T, superdimensionou os serviços contratados, superfaturou licenças e horas trabalhadas, pagou por trabalho contratado usando uma metodologia vetada por instrução normativa do governo e ignorou os sucessivos alertas emitidos pela CGU.

As informações são de reportagem de Vinicius Sassine e André de Souza em O Globo.

Brasil 247

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