A paráfrase cartesiana do voto, segundo Rialtoam Filho

Voto, logo existo

Parafraseando Fernando Pessoa, quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram, quantas noivas ficaram por casar para que, um dia, pudéssemos votar? O direito ao sufrágio universal foi uma conquista do povo brasileiro, depois de intensas lutas e muito sangue jorrado no nosso território.

Consolidada a democracia, o voto nulo passou a ser uma alternativa para aqueles que desejam se anular diante do processo eleitoral. Apesar de ser uma escolha, esse ato constitui uma grande falta de respeito à memória de líderes que foram capazes de entrar em grupos de guerrilha, em tempos de ditadura, para derrubar o regime e exercer sua cidadania.

Além disso, é falsa a idéia de que esse tipo de voto possa anular uma eleição. Nulo será o eleitor, pois não modificará o pleito. Enganamo-nos ao pensar que essa é uma forma de protesto. Temos que protestar contra os desmazelos políticos, sim, mas a urna não é lugar para isso.

Busquemos, pois, eleger nossos representantes. Caso não haja o cumprimento de suas promessas, levemos o nosso protesto até eles ou elejamos outros. O que não podemos é encarar, de maneira passiva, a administração pública tornar-se um barco à deriva.

Antônio Rialtoam de Araújo Filho

Comentários (4)
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  • Serafim

    Pois é….e foram este mesmos votos brancos e nulos que quase deixaram Rialtoan fora do pleito.kkkkk

  • Fátima

    Muito interesante as colocações feitas no comentário de Rialtoam Filho. Anular-se mesmo é votar nulo ou em branco. Temos que escolher. Se acertarmos ou errarmos, é outra estória.

  • Seu Creisson

    Meu Deus, essse rapaz é filho de Rialtoam, escrevendo bem assim? Parabéns, jovem! Que tal nas horas vagas abrir a gramática para o velho pai?

  • Emanuel Tenório Iluminata

    Parabéns por tão importante comentário e se tratando da contemporâneidade é que devemos divulgar e por em pratica tal ideia de não votar em nulo ou branco.