seg
29
fev
2016

images_cms-image-000483958

A ausência da presidente Dilma Rousseff na festa de 36 anos do PT e seu apoio a medidas como a reforma da Previdência e a abertura parcial do pré-sal, com controle ainda da Petrobras, alimentam os rumores de que o Palácio do Planalto e o Partido dos Trabalhadores estariam definitivamente rompidos; no entanto, a percepção não bate com os movimentos recentes da presidente Dilma, que já fez duas trocas pedidas por Lula – Jaques Wagner no lugar de Aloizio Mercadante e Nelson Barbosa no lugar de Joaquim Levy – e deve oficializar a terceira nesta segunda-feira 29, com a saída de José Eduardo Cardozo; o fato concreto é que para um eventual terceiro governo Lula, melhor será encontrar um país com a situação fiscal equacionada; ou seja: mesmo que não apoie publicamente a reforma da Previdência, Lula poderá ser seu beneficiário.

247 – Bastou que a presidente Dilma Rousseff não fosse à festa de 36 anos do PT para que diversos analistas políticos especulassem sobre o rompimento das relações entre o Palácio do Planalto e o Partido dos Trabalhadores.

No entanto, se essa tese fosse verdadeira, não faria sentido algum que o ministro José Eduardo Cardozo, um dos mais próximos conselheiros de Dilma, deixasse o comando da Justiça.

Ainda não se sabe quem será seu substituto, mas sempre se soube que Cardozo era um espinho atravessado na garganta do PT e do ex-presidente Lula por, supostamente, não ter controle da Polícia Federal.

Caso se confirme a saída de Cardozo, será a terceira troca de peso no segundo governo Dilma sugerida por Lula. As anteriores foram as substituições de Joaquim Levy por Nelson Barbosa, na Fazenda, e de Aloizio Mercadante por Jaques Wagner, na Casa Civil. E se Dilma e Lula estivessem tão afastados, como se apregoa, nada disso teria acontecido.

Previdência e pré-sal

Os rumores desse eventual distanciamento entre a presidente e seu antecessor se acentuaram depois que ela colocou a reforma da Previdência como prioridade e fez um acordo para que fosse aberta a exploração do pré-sal para empresas estrangeiras, desde que a Petrobras não manifeste interesse pelas áreas. A primeira medida é considerada essencial por economistas de diversas tendências para equacionar a questão fiscal. A segunda é uma demanda da cadeia produtiva do setor de óleo e gás, que entrou em colapso desde a Operação Lava Jato.

Em notas na imprensa, Lula deixou vazar que a abertura do pré-sal foi uma “derrota”. Da mesma forma, ele também tem evitado dar declarações em apoio à reforma da Previdência. Mas isso acontece não em razão de um rompimento definitivo com a presidente Dilma. Acontece apenas porque, cada vez mais, Lula se reposiciona como candidato à presidência da República em 2018. Ou seja: enquanto Dilma tem a responsabilidade de governar, Lula não pode perder o apoio de sua militância e de sua base social.

O aparentemente distanciamento, na prática, pode servir para confundir os adversários, ajudando ainda a presidente Dilma a atravessar as turbulências da crise política. Se os dois estivessem mesmo rompidos, Cardozo não estaria deixando o comando da Justiça.

Brasil 247


  Compartilhe por aí: Comente

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Ir para a home do site
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É PROIBIDA A REPRODUÇAO PARCIAL OU TOTAL DESTE SITE SEM PRÉVIA AUTORIZAÇAO.
Desenvolvido por HotFix.com.br