A Passionária

Amanhã será o dia em que a Câmara dos Deputados dirá se quer participar do momento de moralidade que vive o Brasil

Otávio Sitônio Pinto

A democracia brasileira amadureceu, cresceu e se fortaleceu na última dúzia de anos. Nunca se vira altas patentes da economia, da política e dos poderes irem para a cadeia pública no país de Lampião. Este mesmo introduziu no País o sequestro, o estupro coletivo, o assalto, a formação de bando, a expropriação, e nunca pagou por esses crimes. Quando foi morto, o foi por resistência armada à polícia. Ainda ganhou a patente de capitão e herói, conferida pela esquerda microcéfala.

O Brasil tem outros capitães e outros heróis para serem louvados, venerados e até idolatrados. O capitão Luís Carlos Prestes, herói não da cavalgada que fez pelo Brasil adentro, quando foram cometidos alguns crimes, como o Massacre de Piancó, na Paraíba (em reação à insensatez de moradores locais que mataram um parlamentar escudado na bandeira branca do código internacional); mas herói da resistência à ditadura de Getúlio Vargas e da semente revolucionária plantada no Brasil.

A História conta com as presenças do capitão Carlos Lamarca, desertor do Exército para a resistência ao golpe militar; o também Carlos, Marighela, autor teórico e prático da cartilha revolucionária do povo brasileiro; o alferes Joaquim José da Silva Xavier Tiradentes, e mais outros. são muitos os tombados nas guerrilhas dos quilombos e da resistência à opressão e repressão que enlutaram a terra de Pindorama.

Hoje, o povo brasileiro lê no jornal e vê na TV a notícia de grandes ladrões presos, ladrões tão grandes que não cabiam nas cadeias já superlotadas. Ladrões que financiavam as campanhas políticas dos gestores e parlamentares – uns que geriam o País, outros que faziam as leis da Nação.

Durante o vintênio autoritário que tiranizou o Brasil, a imprensa não podia noticiar os crimes de morte e de roubo praticados na terra de Tiradentes. Era um latrocínio político, morte seguida de roubo, em que o povo era preso, torturado e assassinado, e depois espoliado de sua riqueza, de seu poder e de seu Direito.

Mas o povo brasileiro venceu a ditadura e implantou o regime democrático, este mais forte de que se podia imaginar. Eis que as instituições como a Polícia Federal e a Justiça Federal abriram as portas dos cárceres para a entrada dos figurões.

Até a presidente da República se vê ameaçada de impedimento pelo Congresso. Poderá ser o quarto processo de impedimento de presidente vivido pelo Brasil, até agora os únicos da História.

*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.

Comentários (0)
Adicionar comentário