Está decidido: o PMDB é propriedade privada do senador Zé Maranhão e nele só tem vez quem votou em Zé para senador. Não importa que os outros traiam o partido, desobedeçam as orientações partidárias, pintem o sete e desenhem o oito, nada disso importa, desde que, na hora de votar pra senador, sufraguem o nome de Zé Maranhão.
Isso ficou claro, cristalino, transparente, depois que o senador disse à imprensa que tomou o comando do diretório do partido em Mataraca, porque os dirigentes depostos votaram somente em Gervásio Maia, mas, para senador, deram seu apoio a Wilson Santiago.
-Somos leais com quem é leal conosco – explicou o senador.
E o “leal conosco” é quem vota em Zé, porque o PMDB é de Zé e Zé só liga pra ele.
Porque se não fosse isso, ele não daria espaço a Manoel Júnior, que votou em Cássio Cunha Lima para governador,quando o PMDB, pela sua cúpula, fechou questão em torno de Ricardo Coutinho. Acontece que Manoel Júnior, mesmo votando em Cássio, votou em Zé para senador. E foi “leal conosco” ou seja, com Zé Maranhão na hora de votar para senador.
Os parentes de Zé fizeram passeatas e carreatas para Cássio em Araruna. Mas foram leais com o dono do PMDB e por isso merecem regalias. Olenka, suplente, está na boca da caçapa para voltar à Assembléia, porque Zé quer assim. Olenka, como Manoel Júnior, não votou em Ricardo Coutinho, porém não abandonou o tio, e esse seu gesto significou lealdade ao dono do PMDB.
Eu votei em Maranhão para senador. Achei que seria uma homenagem justa a um político de biografia limpa.
Confesso que me arrependi.
Ele não difere em nada dos outros políticos que fazem da política um trampolim para satisfazer as ambições pessoais.
Esse negócio de “ser leal conosco” foi de lascar.
Blog do Tião Lucena
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