Núcleo de pesquisa e de referência à arte dos quadrinhos da FCJA já soma mais de 3 mil obras

A Fundação Casa de José Américo (FCJA) vai ganhar em breve um núcleo de pesquisa e de referência relacionada à arte dos quadrinhos, com prioridade às obras de quadrinistas produzidas na Paraíba. Em processo de criação, esse núcleo já está com um acervo de mais de 3 mil quadrinhos doados pelos próprios autores e, em breve, ficará à disposição do público.

“Estamos em contato com os artistas locais para que eles doem exemplares de suas obras, de qualquer época, para compor o acervo desse núcleo. É uma espécie de campanha de doação”, explica Fernando Moura, presidente da FCJA, lembrando que, desde o surgimento do Flama, personagem criado por Deodato Borges, em 1967, a Paraíba protagoniza um dos movimentos mais intensos do universo brasileiro das histórias em quadrinhos (HQs).

“A Paraíba”, enfatiza Fernando Moura, “tem exportado uma configuração artística peculiar, diversificada e perene, de onde despontaram – e despontam – nomes de projeção nacional e internacional, a exemplo de Henrique Magalhães, Mike Deodato, Emir Ribeiro, Shiko, Thaís Gualberto, Cristovam Tadeu e inúmeros outros ilustradores e roteiristas, mantendo e evidenciando nos dias atuais a aptidão paraibana para as artes e o engenho em dividi-las com o mundo”.

E as doações por parte dos artistas têm chegado à FCJA, que nos últimos dias recebeu, por exemplo, exemplares da série produzida pelo paraibano Shiko, que destaca nos quadrinhos as mulheres do cangaço como personagens. São três volumes da série ‘Carniça e a Blindagem Mística’: É ‘Bonito Meu Punhal’ – parte um, ‘A Tutela do Oculto’ – parte dois e ‘A Morte Anda no Mundo’ – parte três.

Também foram recebidas revistas didáticas da Turma da Mônica, doadas pela Maurício de Sousa Produções; além de edições e publicações antigas e contemporâneas de ‘Velta’, de Emir Ribeiro, e de ‘Maria’, de Henrique Magalhães. Para o presidente da instituição, a FCJA está atenta a essa movimentação ainda dispersa.

O núcleo de quadrinhos, que está relacionado à GibiZeca, inaugurada recentemente na instituição, “ativa os aspectos culturais, históricos e pedagógicos, através de espaços de estudo e circulação, atuando como articuladora (a GibiZeca) de um movimento crescente”. A GibiZeca e a Vila do ABC, conforme Fernando Moura, ajudam na organização institucional, garantindo o estímulo lúdico e operacional às atuais e futuras gerações.

Outros artistas do segmento dos quadrinhos deverão encaminhar suas doações nos próximos dias, a exemplo de Aurélio Filho, Fábio Alves, Gabriel Jardim, Jack Herbert, Lucas Nóbrega, Mike Deodato, Minna Miná, Murilo Carvalho, Ricardo Jaime, Samuel Gois e Thaís Gualberto.

Secom

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