ter
18
jun
2024

manuscritos_FCJA

Documentos manuscritos – principalmente cartas e comunicados pessoais – de autoria do escritor e ex-ministro José Américo de Almeida estão sendo recuperados e digitalizados por uma equipe de pesquisadores da Fundação Casa de José Américo (FCJA), em João Pessoa, e ficarão à disposição do público a partir de março de 2025. ‘Manuscritos de José Américo de Almeida: identificação e descrição de documentos’ é um dos sete subprojetos em andamento e que integram o projeto geral ‘Preservação da memória e difusão educativa, cultural e científica do acervo da Fundação Casa de José Américo’.

“Os pesquisadores e interessados em desvendar detalhes dos escritos de José Américo de Almeida terão esse acesso”, adianta a professora Danielle Alves de Oliveira, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que coordena os trabalhos. De acordo com ela, o objetivo é identificar e descrever os manuscritos “para construir o instrumento de pesquisa e, assim, possibilitar a ressignificação da memória acerca do ilustre político e escritor paraibano”.

Segundo Danielle, as atividades ocorrem por meio de conservação, estabilizando-se os documentos para que eles possam ser identificados, digitalizados e descritos. “Devido à dificuldade em compreender a letra de José Américo, a descrição só é possível pelo uso de técnicas da paleografia (estudo de uma escrita antiga). O passo seguinte é a construção do instrumento de pesquisa para franquear o acesso aos pesquisadores”.

O trabalho foi iniciado em novembro de 2023 pela equipe multidisciplinar coordenada pela professora Danielle Oliveira, que é composta pelos pesquisadores Mozart Vergetti de Menezes (do Curso de História da UFPB), Thiago Gomes Medeiros (História/SEE-PB), Larissa Alves de Souza (História/UFPB) e Rafael Barboza de Almeida (do Curso de Computação da UFPB).

“Vamos tirar os documentos que estavam silenciados nos armários e torná-los acessíveis aos pesquisadores. Esses documentos estão guardados há mais de 30 anos e não foram disponibilizados pela dificuldade de leitura da letra de José Américo. Contudo, a nossa equipe vem conseguindo compreendê-la e, além disso, estamos tentando desenvolver uma inteligência artificial para contribuir com os pesquisadores que necessitarem fazer a leitura completa de algum manuscrito”, detalha Danielle, informando que o acervo estava sem identificação, tratamento e, consequentemente, sem consulta.

Com a finalização desse subprojeto, o acervo estará pronto para os usuários internos e externos à FCJA. “Por ser um acervo rico em informações, certamente haverá muitas pesquisas e novos projetos. Além disso, iremos conseguir compreender José Américo no seu íntimo, em seus pensamentos mais secretos, já que os manuscritos retratam muito de sua intimidade”, revela Danielle Oliveira. Para ela, a finalização do subprojeto trará dados fundamentais para a construção do processo de atualização da memória do escritor paraibano.

Pelo acervo nunca ter sido identificado e tratado, a previsão da equipe é que irá encontrar informações inéditas sobre a vida pessoal e intelectual de José Américo de Almeida. Na sequência, o subprojeto prevê que a disponibilização desse acervo poderá trazer dados fundamentais para compreender ainda mais a trajetória do patrono da FCJA, “além de potencializar a ressignificação da memória dessa personalidade, considerada tão relevante nacionalmente, mas principalmente para a Paraíba”.

Após o projeto concluído no ano que vem, será realizado um evento para a apresentação dos resultados finais, com alguns “produtos”, a exemplo do de um alfabeto guia com a letra de José Américo; um instrumento de pesquisa com a descrição realizada; inteligência artificial para auxiliar na leitura do documento; e artigos sobre o trabalho desenvolvido.

O ‘Projeto de Preservação da memória e difusão educativa, cultural e científica do acervo da Fundação Casa de José Américo’, com coordenação geral da professora Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, é realizado pela FCJA por meio de uma parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq/PB), e ainda tem o apoio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba (Secties-PB).

Secom


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