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08
jun
2023

HM

O fígado, os rins e as córneas doados pela família de um homem de 47 anos, que teve a morte encefálica confirmada após um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), vão ajudar a transformar a vida de cinco pessoas. A doação dos múltiplos órgãos aconteceu na tarde dessa quarta-feira (7), após a autorização da família. O paciente estava internado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), desde o último dia 21 de maio. Essa foi a primeira doação de órgãos registrada na unidade em 2023.

Após a entrevista familiar positiva, a equipe da Central de Transplantes acompanhou todo o processo de doação e realizou a identificação dos receptores dos órgãos, cadastrados em uma lista nacional única.

Antes de iniciar o procedimento de captação, colaboradores da instituição prestaram homenagem ao paciente e à família do doador. Um corredor humano foi feito desde a saída da UTI Clínica, onde o paciente estava internado, até o Bloco Cirúrgico, onde aconteceu a captação dos órgãos. Segurando placas que incentivam a doação de órgãos, os colaboradores e também alguns familiares de outros pacientes da unidade, incluindo a esposa do recém-transplantado de coração, aplaudiram o doador.

De acordo com a coordenadora de enfermagem da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Metropolitano, Patrícia Monteiro, o agradecimento à família doadora é importante. “Desde que abrimos o protocolo de morte encefálica até a confirmação, feita com exames criteriosos, nós realizamos um trabalho de acompanhamento e de esclarecimento junto à família do doador. O sim desta família, que se sensibilizou com os outros pacientes que estão aguardando um órgão na fila de transplante, é o que vai ajudar a salvar outras vidas. É uma atitude nobre que sempre fazemos questão de agradecer”, completou.

O fígado vai ser recebido por um homem de 61 anos, que está em João Pessoa; os rins foram aceitos pela Central de Transplantes de São Paulo e as córneas foram levadas para o Banco de Olhos da Paraíba.

“O sucesso de cada doação de órgãos é resultado de uma complexa rede de colaboração e cooperação, envolvendo diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, condutores, e os hospitais. Também é importante destacar a essencial participação das famílias doadoras. A generosidade dessas famílias é verdadeiramente inspiradora e nos lembra da importância de solidariedade e compaixão em momentos de adversidade,” destaca a diretora da Central Estadual de Transplantes, Rafaela Dias.

Em 2023, a Paraíba já registrou a realização de 108 transplantes, sendo 80 de córneas, quatro de coração, 14 de rim, sete de fígado e dois de medula óssea. Ainda aguardam por uma doação no estado, 445 pessoas.

Desde novembro de 2018, o Hospital Metropolitano tornou-se um hospital doador, realizando, desde então, a captação de múltiplos órgãos para transplante, tais como: córneas, rins e fígado, que já beneficiaram pacientes que estavam na Fila Única da Central de Transplante. Em setembro de 2019, a unidade recebeu o certificado de “Amigo do Transplante”. O título enfatiza o compromisso em promover ações que incentivam a doação de órgãos.

Referência em cardiologia e neurologia, o Metropolitano recebeu o credenciamento para realização do transplante cardíaco em junho de 2020. Desde então, foi implantado na unidade o Ambulatório de Transplante, para atendimento a pacientes candidatos ao procedimento. Além do transplante em adultos, o Metropolitano tornou-se o 5º hospital público do país habilitado para fazer transplante de coração pediátrico.

Em 26 de março de 2022, a unidade hospitalar realizou o primeiro transplante cardíaco 100% SUS pela Paraíba. O paciente beneficiado foi um homem de 60 anos, que recebeu um novo coração de um jovem de 20 anos. Em janeiro de 2023, foi realizado o segundo transplante, em um paciente de 47 anos, que teve alta em menos de um mês. O terceiro transplante aconteceu em abril de 2023, com o paciente tendo alta após 39 dias, e o quarto transplante cardíaco aconteceu em maio.

Secom


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