A presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu convocar o senador Vital do Filho (PMDB) para uma audiência onde será discutida a possível nomeação do paraibano para o ministério da integração nacional. O parlamentar disse que sua posse foi suspensa pela presidente, mas o PMDB tem feito pressão no Planalto para que a nomeação ocorra. A informação está no jornal Folha de S. Paulo.
Confira a matéria na íntegra:
Em meio à pressão do governo contra a aprovação do projeto que concede autonomia operacional ao Banco Central, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta quinta-feira (31) que a votação da proposta não é necessária para garantir independência ao órgão. O tucano considera que há ingerência do governo no banco em "momentos de aflição", mas que sua autonomia não precisa necessariamente ser estabelecida em lei.
"Sempre disse que autonomia do Banco Central é necessária, mas talvez seja dispensável essa autonomia em lei. (…) Em parte ela existe. Em determinados momentos de maior aflição do governo, percebemos que ali há alguma ingerência", afirmou.
Provável adversário de Dilma nas eleições de 2014 para a Presidência da República, Aécio também é contrário ao mandato de seis anos para os diretores do órgão, como previsto no relatório do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) na proposta que tramita no Senado.
"O mandato de seis anos é um mandato longo, excessivamente longo para um presidente do Banco Central. Até porque seria maior do que do próprio presidente da República."
O tucano disse que vai conversar com Dornelles, na semana que vem, para discutir pontos do projeto de lei –incluindo a sugestão para que o mandato dos diretores seja reduzido para quatro anos.
A cúpula do PMDB informou à presidente Dilma Rousseff que o projeto não deve ser votado neste ano. O próprio defensor da ideia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez chegar ao Palácio do Planalto o recado.
A pedido da presidente, seu vice, Michel Temer (PMDB-SP), conversou com Renan sobre o tema. O senador alagoano prometeu tratar o assunto com calma e sinalizou que entendia as "preocupações" do governo, contrário ao projeto.
Na avaliação de assessores presidenciais, Renan decidiu pautar o projeto para votação no Senado por estar insatisfeito com o governo. Para contornar o mal-estar, Dilma deve chamá-lo para uma conversa.
O presidente do Senado nutre a expectativa de indicar um aliado, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para o Ministério da Integração Nacional depois de Fernando Bezerra, do PSB, pedir demissão.
A presidente, contudo, resolveu indicar um interino para o cargo –o engenheiro Francisco Teixeira, que ocupava anteriormente a função de secretário de Infraestrutura Hídrica da pasta.
A decisão acabou frustrando o grupo do peemedebista. Agora, a presidente fez chegar a Renan a informação de que pretende indicar Vital do Rêgo para a pasta na reforma ministerial que fará no final deste ano ou início do próximo.
Vital disse à Folha que sua indicação está "suspensa" pelo PMDB até que a presidente execute sua reforma ministerial. Dilma também chamará o senador da Paraíba para uma audiência.
Na semana passada, Renan surpreendeu o Planalto ao anunciar que colocaria em votação projeto substitutivo do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) conferindo autonomia para o BC, com mandato fixo para sua diretoria.
A coluna "Painel" de quarta-feira (30) informou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou a senadores simpatia pela proposta.
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