O médico e ex-deputado estadual Aloysio Pereira de Lima lança, nesta quinta-feira (12), em João Pessoa, um livro que narra a história do seu pai, o coronel José Pereira de Lima, antigo chefe político do município de Princesa Isabel, no Sertão paraibano. Com o título “Eu e meu pai, o coronel José Pereira: 1930- o território livre de Princesa”, o livro escrito pelo ex-deputado paraibano descreve como o coronel José Pereira enfrentou o presidente João Pessoa, após o rompimento político dos dois, em fevereiro de 1930.
O livro será lançado, a partir das 20h, no auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM), na avenida Pedro II, 1335, no Centro de João Pessoa. Aloysio Pereira fará o lançamento no CRM para prestigiar a classe médica, da qual ele faz parte. O filho do coronel José Pereira de Lima foi médico da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do antigo e extinto Ipase (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado), órgão federal criado em 1938. Ele foi seis vezes deputado estadual e secretário de saúde do Estado no primeiro governo de Tarcísio Burity, entre 15 de março de 1979 e 14 de maio de 1982.
Após romper com o presidente João Pessoa, em fevereiro de 1930, o coronel José Pereira se aliou aos Pessoa de Queirós, um ramo da família Pessoa (oriunda do município de Umbuzeiro) estabelecido no Estado de Pernambuco. Os Pessoa de Queirós eram rompidos com os Pessoa Cavalcanti, que dominavam a política da Paraíba. Os irmãos José e João Pessoa de Queirós, primos de João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, dominavam parte da imprensa e do comércio de Recife e passaram a dar suporte a José Pereira contra o presidente paraibano.
Com o rompimento, o coronel José Pereira declarou Princesa território livre da Paraíba, mas subordinado à União Federal. Armados, seus homens enfrentaram a polícia do Estado e impediram que a mesma ocupasse Princesa. Foi preciso João Pessoa recorrer ao governo federal e pedir ajuda do Exército para retomar o comando da área que José Pereira declarou livre. Em agosto de 1930, acabou revolta e Princesa voltou ao comando do Estado da Paraíba. O coronel José Pereira abandonou a cidade em outubro de 1930. João Pessoa foi assassinado no dia 26 de julho daquele ano.
O coronel José Pereira Lima nasceu na então Vila de Princesa, no dia 4 de dezembro de 1884. Morreu no dia 13 de novembro de 1949, aos 65 anos, em Recife. Era filho do ex-chefe político de Princesa, Marcolino Pereira Lima com Águida de Andrade Lima. Assumiu a chefia política da região no ano de 1905, após a morte do pai. No livro, ele narra detalhe de tudo o que vivenciou ao lado do pai na política paraibana.
Portal Correio
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Meu bisavô João Bezerra, além de feirante era carteiro dele.
Conheci o seu nome por minha mãe que falava muito e era primos.
Zé Pereira, era muito querido em toda a familia e sempre lembrado.
Um livro com toda a história é excelente. Uma história para contar. Parabéns Aloysio !! Ritinha Lima. Sou filha de Sálvia Gonçalves Lima.
Essa obra com certeza será de grande valor para Princesa Isabel.
Grande evento representativo do patrimonio cultural princesense. Infelizmente não consegui convencê-lo a fazer este lançamento em Princesa, onde está a fonte primaria de toda esta epopeia. Como autobiografia, e tendo vivido o Dr Aloysio a maior parte de sua vida na cidade que recebe o nome do inimigo do seu pai, possa ele ter razões de lá fazer o lançamento de sua obra.
Quanto à obra, não a conheço no detalhe, mas com certeza é reveladora da personalidade do autor e seu alter-ego, o pai, José Pereira. Ao longo da minha vida nunca conheci um filho que guarda a alma do pai junto com a sua, como o Dr Aloysio. Próximo da obsessão. Em entrevista de 6 horas com ele, minha maior dificuldade foi fazê-lo falar de sí, sem a cada minuto evocar a lembrança do pai. Se ficar na memória dos vivos é a eternização da vida, o Coronel José Pereira estará vivo enquanto seu filho Aloysio estiver vivo. O livro foi sua ultima forma de mante-lo vivo entre nós, quando chegar sua vez de partir. É por este prisma que esta sua obra tem de ser vista. Quanto ao valor historiográfico será sempre discutível, pois de fonte que sofre o viés da relação emotiva entre autor e personagem. Espero que a dividida sociedade princesense saiba valorizar este registro de toda uma época, e conhecendo-o, aprenda a compreender o presente a partir do passado remoto, para se livrar no futuro, de todas as idiossincrasias que ainda nos atrasam em pleno século 21.